Traçando a linha cronológica referente ao modelo de família tradicional, percebe-se que no final do século XX uma nova integrante resolve fazer parte dessa antiga instituição: a tecnologia. Computadores, celulares, tablets e notebooks, apoiados pela economia e pela praticidade, participam do âmbito familiar de forma corriqueira interferindo assim na maneira como as pessoas dessa família se relacionam entre si. Enquanto a tecnologia avança os meios que usamos para nos comunicar, esses próprios meios se tornam um forte inimigo do convívio familiar. Esse fato se afirma no momento em que um filho pega seu prato e come o almoço no quarto em frente ao notebook deixando seus familiares na mesa para assistir sua série atrasada. Nota-se também o pai que deixa de estreitar os laços com sua filha, pois traz para casa o trabalho disfarçado de redes sociais e planilhas que se encontram em vários dispositivos espalhados pela mesa de jantar. Esses cenários são um reflexo do uso exacerbado desses aparelhos que nos tornam mais insensíveis e menos empáticos com quem deveríamos ter ligações mais próximas sendo considerados até como meio de fuga pra evitar diálogos casuais do dia-a-dia. Entretanto, vendo toda essa problemática de um ângulo diferente, fica fácil deduzir outros motivos além da comodidade para ainda não erradicarmos por completo o uso de dispositivos móveis. A verdade é que eles são facilitadores: apresentam recursos práticos para resolvermos questões remotamente como em reuniões que são marcadas e desmarcadas em dois minutos sem ao menos pagar por um selo ou famílias se comunicam via internet mesmo estando em dois extremos contrários para realizarem um natal feliz. Tendo em vista as consequências do uso dessas novas tecnologias, é importante que a própria família trabalhe em conjunto debatendo as melhores formas de resolver os problemas encontrados bem como se autofiscalizar e reeducar quanto ao uso de aparelhos eletrônicos para garantir um melhor relacionamento familiar.