Segundo o escritor August Cury, “A família moderna está se transformando em um grupo de estranhos, todos ilhados em seu próprio mundo. ”. Essa frase representa a consequência do uso indiscriminados das novas tecnologias na família atual, que acabam por se tornar barreiras para o relacionamento saudável entre os seus membros. Nessa “ilha” criada pelo próprio ser-humano com seus celulares e tablets, ele isola-se das pessoas com as quais tem que conviver e essa atitude acaba por ter consequências não só para ele, mas também para todos os membros desse núcleo familiar. Dessa forma, muitas famílias hoje se tornam disfuncionais ao valorizar mais os seus aparelhos digitais em detrimento dos diálogos entre seus integrantes. Quando não há o diálogo familiar, os pais passam a não ouvir e, muito menos, compreender os problemas pelos quais os seus filhos passam. Nesse contexto, crianças e adolescentes que poderiam estar sofrendo por transtornos psicológicos como a depressão ou vivenciando uma experiência de bullying não terão suas realidades modificadas, por seus próprios progenitores não prestarem a atenção necessária nessas. Em um estudo da Universidade de Boston, nos restaurantes, de 55 adultos, 40 deles não deixaram o celular durante a refeição. Essa estatística apenas evidencia o quão critico está a falta de diálogo e o desleixo dos pais em relação às vidas pessoais das suas progênies. Não obstante, a falta de diálogo entre o próprio casal também acaba por restringir os laços desse relacionamento. Dessa forma, cada um toma a atitude egocêntrica de se enclausurar no seu mundo com as tecnologias e esquece das necessidades e problemas que o seu parceiro pode estar vivendo. Segundo a Brigham Young University (EUA), em um estudo realizado com 143 casais heterossexuais, 70% das mulheres relataram que os smartphones atrapalham seu relacionamento amoroso. Assim, torna-se claro o contexto atual de afastamento e isolamento vivenciado por diferentes cônjuges. Nessa realidade, as novas tecnologias tornaram-se grandes barreiras para a concretização de uma família funcional. Desse modo, faz-se necessária a restrição, definida pelo próprio núcleo familiar, dos momentos para o diálogo sem a inserção de nenhum aparelho eletrônico. Também, os pais podem tirar parte do seu tempo para conhecer seus filhos e os seus respectivos problemas, tentando, por fim, superá-los. Desta forma, a família moderna deixaria as suas ilhas de isolamento, como retratadas por Augusto Cury.