Enquanto um número quase infinito de dados "voam" rapidamente pela rede mundial de servidores de internet, mantendo bilhões de computadores e dispositivos móveis conectados, pais ao redor do globo acreditam que seus filhos estão seguros ao acessá-la. Talvez por receberem mais notícias desagradáveis relacionadas ao mundo real do que ao mundo virtual. No entanto, essa relativa segurança foi abalada a pouco tempo por notícias a respeito de um jogo denominado "Baleia Azul", formado por uma lista com várias tarefas degradantes que chega ao ápice no último dever: cometer suicídio. Essa lista circularia pela rede através de bate-papos ou grupos fechados em que o jovem seria desafiado a entrar e, uma vez ali, passaria a receber ameaças para continuar. De súbito, muitos pais perceberam que não podiam ter certeza do que seus filhos acessavam e jogavam. Contudo, o maior motivador do pânico paternal não foi a incerteza sobre os conteúdos, mas sim a certeza de não conhecer os próprios filhos. Em uma época em que a tecnologia se torna cada dia mais presente, destacam-se duas categorias localizadas no extremo oposto uma da outra. De um lado, pais internautas que dão mau exemplo com o uso excessivo da internet e suas tecnologias, de outro lado, pais desconectados por completo, mas que também não conseguem se conectar aos filhos. O ponto mediano entre esses extremos não se encontra em pais perfeitos e equilibrados, mas em pais interessados e participativos, que conseguem demonstrar aos filhos o quanto se importam com aquilo que os acontece. É preciso "matar o tempo" interagindo com os filhos, chamando para uma conversa sem compromisso, participando de eventos que lhes interessam, atentando-se para seus gostos. Assim, incentiva-se não apenas os jovens, mas a família toda a participar um da vida do outro, impedindo que ameaças externas fragilizem essa união sagrada.