Influente filósofo contemporâneo, Zygmunt Baumont, critica em seu célebre livro "Modernidade Liquida" a liquidez da sociedade moderna, sobre tudo, a falsa necessidade de estarmos a todo o momento conectados. Tal comportamento apresenta-se como uma grave problemática na sociedade contemporânea, uma vez que constantemente mais indivíduos estão deixando de lado o convívio familiar, para ficarem imersos ao ambiente virtual. Avanços nos meio de comunicação, maior acessibilidade ao conhecimento e a novas culturas, todas essas, assim como diversas outras possibilidades só foram tangíveis devido aos avanços tecnocientíficos. Todavia, o preço do desenvolvimento evidencia-se diretamente no âmbito familiar. Segundo Durkheim, o comportamento familiar por meio da conversação é um fator determinante para a preparação do indivíduo para a sociedade, assim como para a formação de seu pensamento crítico. Destarte, uma sociedade que permanece ausente aos relacionamentos familiares, tende a formar indivíduos despreparados ao convívio social, sendo esse o grande perigo que ameaça a sociedade contemporânea, haja visto que em torno de 70% da população acima de 12 anos utilizam dispositivos móveis em casa. Outrossim, é válido salientar que a permanência desta mentalidade social esta intrinsecamente ligado aos avanços no mercado publicitário. A industria da mídia - principal meio de comunicação em massa - constantemente vende a sociedade falsas necessidades que lhe são impostas: ter o dispositivo móvel mais recente, estar a todo o momento conectado as redes sociais, ao trabalho e a jogos eletrônicos. Assim, fazendo com que cada vez mais pessoas adotem essas tecnologias. Fica evidente, portanto, a necessidade da adoção de medidas capazes de reverter esse quadro social. Para tal, urge a mídia que decime e propague, por meio de seriados e novelas, a importância do relacionamento familiar para a sociedade. Ademais, cabe ao Governo Federal, com auxílio do Ministério da Comunicação, que crie um novo órgão regulamentador auxiliar ao CONAR, a fim de assegurar que não haja abusos do mercado publicitário em vender um "bem estar social". Somente assim, a sociedade evoluirá ao ponto de interromper essa liquefação social.