Família é uma instituição social de vital importância na formação de um indivíduo. O meio em que a família está inserida tem influência direta no seu comportamento, e por causa disso, foi observado várias mudanças no decorrer dos tempos, tanta na organização como na forma de relacionamento familiar. Por exemplo, com a revolução tecnológica e aumento do consumo de eletrônicos, houve um verdadeiro hiato na relação entre pais e filhos. É perceptível por meio de observações históricas que as características familiares vêm sofrendo significativas mudanças com o passar dos anos. Até a década de 1950, a família era fortemente patriarcal, e os pais tradicionais exigiam que todos se reunissem durantes as refeições, e após o jantar, geralmente sentavam na sala para conversarem sobre si. Entretanto, existia assuntos considerados tabus e que os filhos não poderiam falar com os pais. A parti da década de 1950 a TV chega ao Brasil e aos poucos foi sendo aderida pela população, a qual trouxe um entretenimento que antes não existia. A família ainda se reúne, todavia, cada um tem seu lugar no sofá e não existe mais o diálogo. Após o “boom” dos meios eletrônicos e da internet, os pais e filhos não se juntam nem mais para assistirem juntos, pois cada um tem seus aparelhos e programações preferidas. Além de toda essa tecnologia oferecida, é perceptível a mudança na mentalidade das pessoas. Segundo o sociólogo Bauman, o mundo é voltado para o consumo, o que reflete nos relacionamentos pessoais. E isso é nítido na atualidade, pois o mundo gira em torno do ter e a influência dessa ideologia na família é forte, pois para proporcionar uma boa qualidade de vida aos filhos, os pais trabalham mais e vivem sempre conectados ao trabalho, o que torna limitado o tempo para dar atenção ás suas crianças. E uma forma de preencher tal ausência é a de sobrecarregar os filhos com celulares, tablets e computadores, os quais contribuem ainda mais, para um ambiente totalmente individualistas e sem diálogos concretos. E se antes alguns assuntos não eram discutidos por serem tabus, hoje, apesar de toda a liberdade de expressão que os filhos têm, questões e problemas não são mais expostos porque os protagonistas são completos desconhecidos. Em virtude dos fatos mencionados verifica-se que, a tecnologia não deve ser vista como a grande vilã na desestruturação familiar, na verdade, o principal fator é o descontrole no uso dessas ferramentas. Os pais devem usar a tecnologia a seu favor, mas cientes de que a mesma não substitui beijos, abraços, olho no olho, e principalmente, o diálogo. E preciso que ofereçam limites aos filhos e a si mesmo, para servir de exemplo, além de disponibilizarem mais tempo e oferecer outras propostas, além da internet, como jogos, passeios e viagens. As escolas poderiam promover reuniões periódicas entre pais e alunos, com direito a apresentações, discussões sobre a importância da família e homenagens, a fim de aproximar mais pais e alunos.