Em um dos episódios da série Black Mirror, a jovem Lacie Pound, que é obcecada pela rede social, acaba rompendo laços com o irmão, resultado de uma comunicação cada vez mais superficial, o que acarretou, mais tarde, em sérios problemas de civilidade na vida de Lacie. Assim como nos cinemas, o laço familiar vem sendo cada vez mais prejudicado em razão do uso excessivo das novas tecnologias. Sendo assim, políticas públicas de amenização desse processo fazem-se necessárias. Albert Einstein já previa, em seu tempo, o dia em que a tecnologia ultrapassaria a interatividade humana, afirmando que se formaria uma geração de ineptos. Apesar dos efeitos só serem passíveis de medida em algumas décadas, a interação humana já está sendo prejudicada, uma vez que, atualmente, com a introdução e o uso excessivo das tecnologias da informação, é posta em segundo plano a comunicação com a família, instituição responsável pelo estabelecimento de conceitos morais, segundo a Constituição Federal. Em virtude disso, é debilitada a transmissão de ensinamentos e princípios morais, necessários para o convívio em sociedade. Um dos problemas relacionados a tal situação é a tendência contemporânea em manter-se conectado em tempo integral, como aponta um estudo feito pela revista We Are Social, em que é demonstrado que os cidadãos ficam conectados, em média, 8 horas por dia. Nesse cenário, em razão dessa dependência tecnológica, seja nas funções cotidianas ou nas necessidades sociais, o tempo dedicado a família é cada vez menor, o que corrobora os problemas de relacionamento familiar, ao passo em que o laço afetivo é enfraquecido. Pode-se dizer, portanto, que o uso das tecnologias é uma necessidade, mas que deve ser atenuado para que o elo doméstico não seja comprometido. Dessa forma, é importante que o Governo Federal, em parceria com o Ministério das Comunicações, crie um aplicativo de rede, amplamente divulgado, em que se fixe um tempo máximo de uso da internet, com a aplicação de alertas e avisos apelativos, assim que o tempo máximo for atingido. Tal atitude cria uma reflexão nos cidadãos, diminuindo os problemas familiares relacionados ao uso compulsivo dos mecanismos tecnológicos. Aliado a isso, o Ministério da Educação deve incluir na grade curricular estudantil, aulas de conscientização virtual, demonstrando a importância e os benefícios da comunicação com a família em detrimento do uso excessivo das tecnologias, garantindo, assim, a estabilidade futura das relações familiares.