Com o advento das novas tecnologias – especialmente a internet –, ocorreu no mundo uma revolução em se tratando do fluxo de informações, o qual se tornou mais imaterial e dinâmico. Encurtaram-se distâncias, multiplicaram-se possibilidades. A educação foi um dos inúmeros setores beneficiados, e o ensino a distância (EAD) seja, talvez, o mais icônico avanço. Esse, no entanto, ainda apresenta muitos desafios a serem superados para que possa expandir-se e ser devidamente aproveitado no Brasil. Um dos maiores desafios concernentes à educação a distância no país é o preconceito. Uma vez que é relativamente recente, a modalidade – a qual prescinde da presença simultânea de alunos e professores num mesmo espaço físico – ainda encontra resistência do alunado e dos próprios docentes, os quais consideram-na ineficiente quando comparada ao ensino presencial – o que é inadmissível num país de dimensões continentais como o Brasil, em que a modalidade EAD deveria ser bem-vinda pela possibilidade de interligar áreas distantes. A má distribuição das matrículas em território nacional e a peculiar escassez dessas em áreas tecnicamente menos desenvolvidas também são fatores que entorpecem o processo de expansão do ensino a distância, especialmente nas regiões Norte e Nordeste, as quais apresentam grande extensão territorial e deveriam, portanto, apresentar maior difusão do EAD. Cabe ressaltar também a imaturidade no tocante à variedade de cursos ofertados, a qual é consideravelmente inferior ao número de cursos do ensino presencial. Fazem-se necessárias, desse modo, urgentes mudanças a fim de corrigir os pontos fracos do Brasil no processo de expansão do ensino a distância. Assiste ao governo, por exemplo, investir na veiculação de campanhas publicitárias que promovam a educação a distância ao passo que solapem o forte preconceito social existente quanto à eficácia e validade da mesma, além de investir na criação de faculdades públicas de tal modalidade. Por fim, o Estado pode unir-se à iniciativa privada a fim de conferir a regiões menos desenvolvidas mais acesso a meios e tecnologias de informação e comunicação por meio da criação de pontos de acesso à internet, por exemplo, oferecendo assim os requisitos necessários à expansão do EAD em todo o território nacional.