"O Amor por princípio e a Ordem por base; o Progresso por fim." Essa frase foi lema do positivista Auguste Comte, o qual defendia que uma das únicas soluções para a evolução social seria por meio do pregresso. No entanto, quando se observa os alarmantes desafios da educação à distancia, verifica-se um contraste com a defesa do filósofo, seguindo intensamente a realidade do Brasil. Diante disso, necessita-se discutir os entraves que permeiam essa temática. Primordialmente, um dos principais obstáculos para o EAD (ensino a distância) é a resistência social. Consoante ao sociólogo Émile Durkheim, o fato social é uma maneira coletiva de agir e pensar, dotada de externalidade, coercitividade e generalidade. Referente à isso, é plausível afirmar que os indivíduos que foram criados frequentando instituições presenciais tende a estranhar formatos diferentes, visto que ainda persiste a supervalorização da metodologia tradicional em detrimento da virtual na sociedade brasileira. Dessa forma, os cidadãos podem ser prejudicados quando forem se candidatar a uma vaga de emprego devido ao preconceito em relação a determinados métodos de ensino. Além disso, observa-se a disparidade no território brasileiro quanto à inclusão digital. Segundo a Pesquisa Nacional de Amostra por Domicílios (PNAD), a região sudeste concentra quase 50% dos internautas do país, enquanto a região norte representa menos de 25%. Com base nesses dados, é possível inferir que a abrangência do EAD, embora sendo promissora, torna-se limitada, visto que apenas parte da população é privilegiada com esse sistema. Urge, portanto, a tomada de medidas para resolver o impasse. Em razão disso, o Ministério da Educação em parceria com a mídia, deve promover campanhas explicativas e incentivadoras ao novo modelo de educação a distância, com objetivo de gradualmente reverter a mentalidade retrógrada da sociedade no que tange ao EAD. Ademais, o Ministério da Ciência e Tecnologia , em conjunto com os governos municipais, deve desenvolver projetos de ampliação digital no país, com fito de beneficiar as áreas mais carentes com planos de internet de baixo custo.