Título da redação:

Redação sem título.

Tema de redação: Os desafios do ensino a distância no Brasil

Redação enviada em 24/10/2016

Apesar de ser retratado como um recurso surgido recentemente, o Ensino a Distância originou-se, no Brasil, em meados de 1900, tendo como instrumentos mediadores o rádio, a TV e, até mesmo, os Correios. Atualmente, por meio da internet, o poder dessa modalidade em democratizar a educação é fomentado, sendo características fundamentais nesse sentido a flexibilidade de horários e a maior acessibilidade financeira e espacial que ela proporciona. Entretanto, para que o sistema educacional em questão seja completamente efetivo, é preciso superar alguns desafios ligados, sobretudo, à necessidade de que sua difusão se dê de forma mais homogênea e à adaptação geral a esse contexto mais independente de aprendizagem. O maior obstáculo que compromete a total efetividade do Ensino a Distância é, sem dúvidas, o acesso desigual aos seus mediadores, como a internet e os computadores. Dados estatísticos da Associação Brasileira de Ensino a Distância, a Abed, demonstram que as matrículas nos cursos disponíveis nessa modalidade se concentram, principalmente, em regiões mais urbanizadas e desenvolvidas do país, as quais contam com maiores investimentos de operadoras de conexão banda larga e com cidadãos de maior poder aquisitivo, por exemplo. Assim, o direito à educação, reconhecido pela Constituição de 1988 e, com isso, uma obrigação do Estado, é, mais uma vez suprimido. Além disso, essa desigualdade invalida o principal objetivo e qualidade dessa nova vertente da educação, a democratização do conhecimento. Outrossim, os índices de evasão denotam que outra dificuldade desse ensino é a característica passividade dos alunos durante os estudos. Num contexto geral do Brasil, as aulas presenciais, desde os primeiros anos do período escolar, têm o professor como figura central do processo de aprendizagem, uma vez que o estudante constitui um mero receptor de informações, que pouco questiona e interage com o que está sendo exposto. Desse modo, o desenvolvimento de autonomia, habilidade imprescindível para a eficiência do Ensino a Distância, é inibido, acarretando os consideráveis números de desistência nos cursos, o que é confirmado, também, pela Abed. Destarte, a dificuldade de adaptação acentua, cada vez mais, a resistência de alunos e educadores em relação a esse método de ensino, retardando maior engajamento na luta por maiores investimentos nessa área. Fica evidente, portanto, que apesar das inúmeras vantagens oferecidas pelo Ensino a Distância, a adaptação a esse sistema, bem como sua maior abrangência, são fundamentais para que seu papel seja cumprido. Por isso, o Governo Federal deve investir em ações afirmativas que garantam o acesso igualitário ao EAD, como a concessão de incentivos fiscais a operadoras de internet para que aumentem sua área de atuação e qualidade do serviço no país. Além disso, esse mesmo órgão, com auxílio de governos regionais, pode criar, em pontos estratégicos das cidades, estações que ofereçam acesso gratuito à internet para alunos dos cursos a distância. No mais, o MEC deve estipular a obrigatoriedade da abordagem de técnicas de estudo e desenvolvimento de autonomia nas aulas desses cursos, objetivando potencializar o aprendizado.