Saint - Simon, precursor da sociologia positivista, acreditava que o desenvolvimento tecnológico pudesse conduzir a humanidade ao bem - estar pleno. A internet, aliada a sua aplicação na educação a distância, pode proporcionar ensino de qualidade não somente a pessoas carentes bem como também àquelas que habitam lugares remotos do país. Todavia, o que se observa é uma oferta segregada desse ensino que beneficia sobretudo as regiões mais abastadas do Brasil. As regiões norte e nordeste brasileiras são as mais carentes. Isso pode ser constatado pelo baixo IDH-índice de desenvolvimento humano que leva em conta fatores como renda, mortalidade e educação da população- dessas regiões. Ademais, elas têm poucas universidades públicas, se comparadas às regiões sul e sudeste. Tendo em vista que a maioria dos jovens nortistas e nordestinos não têm condições financeiras para estudarem em outras regiões, seria bom que um ensino a distância e de qualidade pudesse beneficiá-los. Não obstante, não é isso o que se observa. Pesquisa da Abed - Associação brasileira de ensino a distância- revela que as regiões sul e sudeste possuem as maiores taxas de matrícula na modalidade EAD, 53 e 24%, respectivamente; enquanto que nordeste e norte têm 8 e 1% ,respectivamente, das matrículas. Isso denuncia a histórica relação existente entre dinheiro e acesso a educação, na qual os mais pobres sempre são os prejudicados. Dessa forma, essa segregação impede que os mais carentes sejam beneficiados pela educação a distância. Com vistas a amenizar o problema, o governo federal poderia, através do ministério da educação, ampliar a oferta de cursos e polos de ensino nas regiões carentes. Além disso, a destinação de uma maior quantidade de bolsas do PROUNI ajudaria na solução da questão. Por fim, a criação e a destinação de um imposto sobre bebidas alcoólicas e cigarros poderia custear o acesso a internet para os mais pobres. Assim, a situação idealizada por Saint-Simon estaria mais perto da realidade.