O caso amplamente divulgado pela mídia , do massacre em Realengo,no RJ em 2011, no qual o agressor Wellington Menezes de Oliveira voltou à escola onde sofria bulling e matou vários estudantes evidencia um grave problema na sociedade atual : os desafios do bulling nas escolas e seus impactos para a sociedade brasileira , o que ocorre principalmente devido às questões governamentais e sociais. A princípio , é possível perceber que esse comportamento hostil por parte de alguns alunos é corroborado pelas questões estruturais. De acordo com Paulo Freyre , em seu livro "Pedagogia do oprimido" é necessário buscar uma cultura de paz, além de discutir sobre o processo de desumanização causada pelo opressor a seus oprimidos . Nesse contexto, ao se observar a falta de profissionais adequados no ambiente escolar para fornecer assistência psicológica , social e jurídica às vítimas e aos agressores, percebe-se falhas em amplo espectro que prejudicam a resolução dos fatos. Esse cenário é problemático na medida em que a continuidade do bulling pode gerar a evasão escolar e em casos mais graves o suicídio. Além disso, vale ressaltar a lenta mudança de mentalidade social como fator contribuinte para que ocorra a perpetuação de uma intimidação sistêmica nas escolas. Isso pode ser demonstrado pelo receio que o aluno tem em denunciar as opressões vividas , umas vez que o bulling, muitas vezes, é visto como brincadeira e geralmente são recorrentes nas redes sociais. Desse modo , o aluno se vê isolado e sozinho para lidar com as opressões vividas, podendo desencadear transtornos psicológicos que afetam o seu desempenho escolar e sua convivência em sociedade , o que configura um grave problema social . Portanto, é indispensável a adoção de medidas capazes de assegurar o combate contra a intimidação e o exercício de denúncia. Posto isso, cabe ao Ministério da Educação em parceria com o Ministério da Justiça ,fortalecer a lei com a contratação de psicólogos em período integral para fazer o acompanhamento e identificar vítimas e agressores , além disso , promover a criação de ouvidoria anônima , tal como uma delegacia especializada de modo a incentivar denúncias em prol do combate a problemática. Ademais , a Mídia com o seu poder de propagação pode através de propagandas socioeducativas alertar a sociedade sobre os males que o bulling pode trazer tanto para o opressor quanto para o oprimido no intuito de despertar o senso crítico dos envolvidos .Assim , essa realidade poderá ser gradativamente descontruída .