Recentemente o título "13 reasons why" e a história que o acompanha ganharam a atenção dos jovens e das redes sociais. A série, mesmo tendo como alvo o público mais novo, colocou em foco uma problemática de importância social: a prática do bullying no ambiente escolar e as consequências permanentes à vítima. Essa retomada do tema, que já fora bastante discutido, revela a premência incontrovertível de medidas mais eficazes para solução e prevenção desse problema recorrente. Apesar da nomenclatura hodierna, a violência entre os alunos não é novidade. Todavia, pensamentos como "isso é coisa de adolescente" e "é só brincadeira" - por parte de familiares, corpo escolar e colegas de classe - contribuem para a persistência dessa prática. Isso porque, a banalização e a falta de preparo para lidar com um desafio tão sério leva vítimas a se calarem e agressores jovens a enxergarem-se em uma situação comum e sem consequências nocivas. Os efeitos do bullying, entretanto, são nefastos não apenas para os envolvidos, mas para a sociedade como um todo, visto que os jovens da atualidade serão o futuro do país. Nesse cenário, além de consequências imediatas como alterações de personalidade, depressão e até suicídio, tem-se,potencialmente, cidadãos agressivos e com problemas nas relações interpessoais. Tais fatos, evidenciam ainda mais a gravidade da questão. Nesse sentido, somando-se ao supracitado o pensando do sociólogo Karl Mannheim, de que aquilo que é feito com as crianças durante o desenvolvimento será espelho para o que essas farão com o meio social futuro, a necessidade de findar os desafios do bullying nas escolas torna-se ainda mais clara. Isso tendo em vista que as medidas tomadas anteriormente foram falhas e devem ser corrigidas. Assim, identificar, solucionar e previnir a ocorrência desse tipo de violência deve ser o foco primordial. Faz-se necessário, portanto, que o Ministério da Educação busque capacitar o corpo escolar para lidar com a problemática e evitar sua ocorrência, incentivando-os a estarem sempre atentos ao que ocorre nesse ambiente e a interferirem de forma construtiva quando situações de violência - de qualquer aspecto - forem presenciadas. Outrossim, é de grande valor que a família e os docentes estimulem, através do diálogo, a tolerância e a empatia, evidenciando que o respeito é a palavra de ordem para um convívio social pleno. Destarte, pela força da ação conjunta, findar-se-á a nocividade inerte da violência escolar.