Durante o século VIII na Grécia antiga, crianças surdas eram privadas de receber educação e direitos básicos, atitude esta apoiada por Aristóteles, que afirmava que surdos eram incapazes de aprender pelo simples fato de não possuírem uma linguagem. Posteriormente, no século XXI, segundo o livro ‘’Violência e criminalidade infanto-juvenil'’, o bullying é considerado crime, e é contumaz durante a adolescência. Seus alvos apresentam particularidades físicas ou culturais e suas consequências podem gerar massacres como os de Columbine e Realengo. Similarmente, no decurso da idade média, incentivados pela escolástica de São Tomas de Aquino, somente filhos de nobres eram alfabetizados, o que demostra, não ser o bullying um fenômeno recente. Diante disto, o estudo realizado pelo IBGE em parceria com o curso de enfermagem da USP, revela que as agressões são praticadas por pelo menos vinte por cento dos adolescentes, predominantemente entre meninos de escolas particulares. Suas causas estendem-se desde altura e peso a religião, sotaques e origem social das vítimas. Além disso, tal hostilidade, resulta nessas desinteresse pelo âmbito escolar, absentismo e em casos mais extremos depressão e suicídio. O bullying é de difícil identificação por parte de familiares e da escola, uma vez que a vítima teme denunciar os agressores, por medo de represálias ou ainda por acreditar que não lhe darão o devido crédito. Diante disso, foi aprovada em dois mil e treze, a lei 2.848|40, com pena de um a três anos e multa para os acometedores. Logo, segundo Karl Marx , ’’o homem é por natureza um ser social, no qual sua consciência é determinada pelo meio em que vive e pelas relações sociais que estabelece’’. O que depreende-se que o bullying é fruto do não pertencimento da vítima ao meio social vivenciado e o agressor é uma pessoa que não aprendeu a transformar sua raiva em diálogo e vê na opressão do agredido sua satisfação. Nesse sentido, para evitar massacres como o de Realengo e Columbine , é necessário que escolas formentem a ‘’Turma do bem’’, que se baseia na escolha pelo professor, no início do ano letivo, de dois estudantes da sala para fazer parte do projeto e estes, serão os responsáveis por observar possíveis casos de bullying e relatar aos coordenadores, pra que ocorra o acompanhamento psicológico dos envolvidos, além dos constantes debates durante as aulas de sociologia. Ademais, familiares das vítimas devem observar o comportamento dos jovens e deixa-los confortáveis para se comunicar. E ensinar desde crianças sobre a empatia e a beleza da diversidade, afinal, como afirma Mahatma Gandhi, ‘’ eu sou contra violência porque parece fazer bem, mas o bem só é temporário; o mal que faz é que é permanente’’.