Parte da infância e adolescência de um indivíduo é desenvolvido no ambiente escolar, ambiente este que, além de proporcionar a construção do conhecimento para desenvolvimento como ser humano, é responsável por um contato social gigantesco, onde a criança depara-se com outras vivências. Isso acarreta na formação de grupos, fomentação de discussão e, infelizmente, um fator que se tornara o maior desafio da socialização escolar, o bullying. Começa apenas com o apelidamento, que com o tempo, pode tornar-se uma agressão física. A vítima dessa injúria vê-se impotente frente ao agressor, que por coerção não é denunciado aos diretores e nem ao menos para os pais. E nas raras vezes quando há denuncia, eles banalizam, e aconselham muitas vezes uma reação da vítima que, impossibilitada, provavelmente devido a força física do agressor, não pode reagir. Desta maneira é possível visualizar o principal espaço de socialização tornando-se um campo aberto para opressão, no entanto, temos do outro lado da moeda, o opressor. Este que muitas vezes advém de um lar problemático onde os seus responsáveis brigam entre si, e por vezes o agride também, e, naturalmente, a tendência do jovem é reproduzir o que vê dentro de sua casa no ambiente escolar. Isso demonstra que o bullying, além de uma suposta brincadeira, está atrelado a uma forma de poder aprendida em casa e reproduzida na escola. Na esfera da representação midiática temos um erro muito frequente na demonstração das relações de bullying. Sim, a violência escolar é frequente em novelas, filmes e séries, porém, as formas mais sutis são ignoradas, assim contribuindo para a banalização destas formas, outro erro muito comum é incluir machismo e racismo como bullying, uma vez que são opressões estruturais. Quando um boato com conotação sexual acerca de uma menina é divulgado, podemos interpretar como sendo mais um retrato da sociedade machista, e no momento em que incluímos esses dois fatores como bullying estamos reduzindo-os e banalizando-os. Analisamos o panorama acerca do desafio do bullying no espaço escolar, vemos que é necessária uma ação em conjunto, pais e direção escolar. O pais podem conversar com seus filhos, com a conversa, o filho que comete bullying tornará mas consciente de seus atos para com outrem, e o filho que é vítima da agressão ficará mais confortável em delatar aos pais. No âmbito escolar, é viável a contratação de psicólogos que podem vir aconselhar alunos oprimidos por conta do bullying, e também o agente praticante. A associação desses dois fatores transformará o ambiente escolar e o tornará mais agradável para o desenvolvimento de conhecimento.