“Bullying” é uma forma de violência frequente nos grupos sociais caracterizada pela opressão e discriminação, com à sua ocorrência associada, majoritariamente, em escolas. Uma vez que é no ambiente escolar, na formação e seleção de grupos, onde ela desenvolve à sua primeira fase. Dessa forma, a convivência dentro de sala, torna-se uma fobia. Faz se necessário, portanto, a intermediação de pais, professores e adultos em geral para coibir à sua prática e estimular o respeito mútuo. O bullying pode representar um ato de ofensa verbal, o qual pode evoluir para a violência física. No Brasil, aproximadamente um em cada dez estudantes é vítima de bullying, segundo relatório do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes em 2015. A decorrência dessas ações, ou do ambiente ao qual se motivaram, a vítima e o agressor podem apresentar consequências psicológicas. Transtornos tais como a baixa autoestima, isolamento social, irritabilidade, ansiedade, depressão e comportamento suicida. Uma brincadeira e agressão representa uma linha tênue, na medida que a criança não é capaz de pensar fora de si, e se colocar reflexivamente na existência do outro. De acordo com o psicólogo suíço Jean Piaget, o amadurecimento da moral com o consequente exercício do respeito não hierárquico torna-se possível apenas a partir da adolescência. Anterior a esta fase, o indivíduo se encontra na heteronomia, onde as normas são impostas principalmente pela família e a sociedade. Portanto, a ação de pais ausentes ou a violência doméstica pode afetar na falta de auxílio à criança em sua formação de conduta ou na inversão de valores; além da seletividade nas escolas, a qual pode levar alguém a exaltar pejorativamente a outro para ser socialmente aceito por um determinado grupo; ou mesmo o medo de que pratiquem as mesmas ofensas contra si, são demais fatores que podem levar a formação de um agressor em potencial. Ademais, o desvio de certo padrão já enraizado na infância como uma roupa diferente, a cor da pele, o peso, o cabelo ou a orientação de gênero, ocasionam um aluno ao papel de vítima. Em tal cenário, é necessária a ação conjunta da família e da escola para inibir o bullying. Como afirma Piaget, os pais são os primeiros responsáveis pela introdução de limites à criança, devendo influenciá-la, portando, ao respeito entre colegas e na aceitação de diferenças. Já a escola deve propiciar a função educadora em sociedade, através do diálogo em sala por professores devidamente treinados em sua formação de magistério, esclarecendo dúvidas e se oferecendo como ouvinte a quem precisar, além de notificar os pais para garantir o seu apoio quando perceber conflitos entre alunos, ou mudanças comportamentais. Havendo a comunicação entre família e a instituição de ensino, tanto os pais da vítima quanto do agressor devem encaminhar seus filhos a um tratamento psicológico adequado, para evitar danos futuros.