Diferente do poema romântico que idealiza e cria mundos perfeitos, a realidade mostra-se mais dura. Isso se percebe ao analisar a questão do bullying. No Brasil, esse assunto ganha destaque pois ainda mantêm suas raízes na sociedade moderna. Visando amenizar o sofrimento das vítimas, foi criada uma medida constitucional, contudo, para erradicar o problema é necessário vencer o silêncio e a carência de reconhecimento. Neste contexto, o Brasil passou a desenvolver políticas que protegessem os jovens e crianças. Ao instaurar o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), Programa de Combate a Intimidação Sistemática (bullying) e o Artigo 5º da Constituição, uma série de direitos e deveres foram criados visando garantir melhor qualidade de vida e segurança para esse grupo. Dessa forma, crianças e adolescentes devem receber atenção da família, sociedade e Poder Público, a fim de garantir o acesso à saúde, alimentação, escola e desenvolvimento livre de qualquer tipo de agressão. Assim, qualquer forma de negligência, preconceito ou exploração contra esses indivíduos passou a ver visto com crime. Mesmo com essas medidas ainda há um alto número de crianças reféns do bullying. Isso se deve ao fato de que ainda existe pouca identificação desses casos de agressão. Em geral, dentro do próprio ambiente escolar há carência de capacitação para reconhecer as vítimas e autores dos atos discriminatórios. Soma-se a isso a questão do silêncio a cerca desse assunto. O medo de que algo pior aconteça toma conta dessas vítimas, que então escondem dos adultos os acontecimentos e relutam em buscar ajuda. Com a finalidade de ilustrar o que ocorre na vida da vítima de bullying foi criada pela "Netflix" uma série chamada "13 Reasons Why", a qual mostra conseqüências extremas que essa prática pode causar. Por meio desse exemplo, torna-se evidente que esses jovens necessitam de ajuda para evitar situações como a presenciada no seriado. Por fim, nota-se o distanciamento da realidade presenciada e a perfeição romântica. Uma maneira de arrancar essas raízes que asfixiam a sociedade seria pela parceria entre o Ministério da Educação e Ministério do Saúde. Estes- utilizando a verba dos royalties do petróleo- poderiam criar medidas obrigatórias de capacitação contínua entre os profissionais da área da educação. Tal atitude deveria começar, durante o período acadêmico, para alertar sobre a importância dos mesmos no processo de reconhecimento de agressores. Além disso, deve haver a inclusão de uma equipe de multiprofissionais (Psicólogos, Psiquiatras entre outros) para trabalhar de forma integrada com o Disque 100 da Secretaria dos Direitos Humanos e escolas. Dessa forma, haveria melhor qualificação do atendimento além de proteger ainda mais as vítimas em situações de denúncia de bullying.