É inegável que a sociedade contemporânea brasileira é extremamente violenta. Partindo desse ponto de vista, uma vez que a violência é um modo coletivo de agir, essa também está presente no ambiente educacional. Nesse sentido, o bullying é um fator antecedente ao comportamento social, o que resulta no abalo das fases do desenvolvimento infantil. Segundo o filósofo francês Émile Durkheim, o fato social é a forma comunal de agir e pensar. Logo, a partir da análise do pensamento filosófico, infere-se que a violência é um fato social, sendo que seu ensaio ocorre, a priori, no grupo social escolar. Assim, torna-se claro que a agressão presente nas escolas é reflexo da sociedade violenta como um todo, o que se justifica em outra teoria durkheiniana, na qual a sociedade funciona da mesma forma que um organismo vivo, visto que todas as suas partes agem em conjunto. Desse modo, é notório que o combate ao bullying nas escolas depende, primordialmente, da luta contra a violência social, sobretudo no núcleo familiar Outrossim, o psicanalista Sygmunt Freud ressalta a importância das primeiras impressões de um infante ao longo de sua formação psicossocial. Ou seja, em sua teoria do desenvolvimento infantil, Freud afirma que acontecimentos na infância definem os traços da personalidade individual. Por continuidade, experiências de bullyng afetam a criança em seu desenvolvimento e formam indivíduos violentos e descomprometidos com a harmonia social. Assim sendo, percebe-se que indícios de agressão funcionam como um câncer em um organismo, no qual as células defeituosas afetam as saudáveis e comprometem a homeostase do ser vivo. Denota-se, enfim, a importância de profissionais da educação comprometidos com a inserção infantil no ambiente escolar. Torna-se evidente, destarte, que o bullying funciona como um ensaio escolar da violência social e afeta a formação do infante. Diante disso, cabe á esfera federal do poder a criação de políticas públicas que garatam o acesso gratuito a psicólogos especializados, com o dever de auxiliar na educação infantil e comportamento familiar como um todo, tendo em vista uma criação familiar adequada aos infantes. Por conseguinte, também é obrigação do Estado a valorização do profissional de educação ao reajustar seu salário e assim, o auxilio ao professor para esse propor a real inserção do aluno ao ambiente escolar a fim de reduzir práticas de bullying. De forma que, gradativamente, o convívio harmonioso se torne um fato social.