Observa-se na sociedade brasileira, uma problemática continuada referente a igualdade de gênero, algo que perdura desde a antiguidade na construção social. Para o debate efetivo acerca dessa questão é relevante abordar fatores tanto históricos quanto sociais. Diante disso, evidencia-se a necessidade de fomentar mudanças no corpo social bem como governamentais. Nesse sentido, ao avaliar a questão por um viés histórico, é notável a influência da colonização portuguesa na construção da atual estrutura social a qual se tem hoje. Assim, com a posterior vinda da Família Real para o Brasil, veio também o reforço do modelo patriarcalista para a nação. Tal modelo, atualmente ainda ganha espaço pois, como é dito pelo historiador March Bloch, uma situação ruim só se propaga e se amplifica quando encontra um caldo de cultivo favorável na sociedade onde se expande, desse modo, dissemina-se um paradigma intrinsecamente desigual, no qual homens são mais favorecidos que as mulheres nas diversas esferas sociais, provocando a desigualdade e os diversos atos de violência contra o gênero feminino. Por conseguinte, frente a uma análise social, a grande conquista para começar a dar outros rumos a situação de desigualdade entre homens e mulheres, no Brasil, foi a instauração do voto feminino por Getúlio Vargas em 1953. Tal avanço, foi sucedido por outros como a igualdade de direitos assegurada pela Constituição Federal de 1988, que no artigo quinto define homens e mulheres iguais em direitos e obrigações. Contudo, alguns desses direitos, ficaram somente nos escritos e não são totalmente cumpridos, favorecendo a perpetuação da desigualdade e a marginalização das mulheres impossibilitando, muitas vezes, seu acesso a cargos de alto nível. Em suma, faz-se necessário a ação conjunta do Estado e da sociedade de modo que a questão seja superada. Por conseguinte, cabe a Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República em parceria com o Ministério do Desenvolvimento Social, o estímulo a participação igualitária e plural das mulheres em espaços de poder e decisão, por meio de ações afirmativas, políticas públicas e o desenvolvimento de projetos de inclusão a fim de gradualmente equiparar as diferenças existentes entre os gêneros nos diversos âmbitos coletivos.