Em 2006, foi colocada em prática a lei Maria da Penha, que caracteriza os crimes de violência doméstica e é um dos maiores avanços da sociedade brasileira em direção à igualdade de gênero. Entretanto, ainda há um longo caminho para se obter a igualdade, visto que, ainda existem problemáticas no que tange ao conceito de gênero na sociedade, e com relação à falta de políticas que buscam e promovem as mesmas condições para homens e mulheres. É sabido que gênero não se trata do sexo biológico da pessoa. Em corroboração a isso, Simone de Beauvoir, filósofa francesa, discute o conceito de gênero e afirma que “não se nasce mulher, torna-se”, explicando que o gênero feminino não é algo natural, e sim criado pela sociedade em sua estruturação. Por isso, é importante que esse raciocínio seja compartilhado porque, ao aplicar um molde que deve ser seguido por todas as mulheres, suas vidas ficam limitadas às expectativas da sociedade. Por outro lado, apesar dos movimentos que buscam igualdade de gênero se fortalecerem na contemporaneidade, o Fórum Econômico Mundial (WEF) registrou retrocesso na igualdade no Brasil e no mundo. Em decorrência da falta de políticas que buscam igualdade esses acontecimentos se tornam mais presentes, uma vez que as mulheres ainda recebem salários menores que os dos homens. Com isso, as mulheres sofrem com o fenômeno dos “muros invisíveis”, descrito pelo geógrafo Milton Santos como a segregação de grupos sociais, limitando sua participação na sociedade. Tendo em vista os fatos retratados e a necessidade de mudança em busca de um mundo mais igualitário e justo, é imprescindível que o Ministério da Educação incremente palestras de mulheres com de sucesso em carreiras não convencionais, nas escolas públicas, com o objetivo de encorajar as crianças a buscar uma vida que não siga, necessariamente, os moldes dos gêneros. Outrossim, é papel do Congresso do Brasil criar políticas de igualdade por meio de propostas legislativas que garantam, na prática, a igualdade social de homens e mulheres. Do exposto, a sociedade tem o dever de acabar com os muros invisíveis, para que não sejam necessárias outras Marias da Penha a fim de que uma mudança real aconteça.