O filme “Terra Fria” retrata a história de uma personagem que decide trabalhar em uma mineradora de ferro e, por isso, sofre com os abusos masculinos que a fazem decidir entrar com uma ação judicial contra a empresa, sendo propositora da primeira ação coletiva por assédio sexual dos Estados Unidos. No contexto contemporâneo brasileiro, a desigualdade de gênero ainda é uma realidade, que se sustenta com a manutenção de valores machistas adotados pela sociedade. Diante disso, os direitos das mulheres são violados constantemente com a manutenção de condutas como a diferenciação salarial do sexo feminino e masculino para o mesmo cargo. Além disso, a população feminina sofre diariamente com práticas machistas e preconceituosas que inferiorizam e desrespeitam sua condição. Primeiramente, cabe esclarecer que a herança cultural machista e a entrada tardia das mulheres no mercado de trabalho, que passaram a buscar condições igualitárias a partir das décadas de 1960 e 1970, estão entre os fatores que contribuíram para a desigualdade salarial entre homens e mulheres observada no contexto contemporâneo brasileiro. De acordo com uma pesquisa realizada pelo site de empregos Catho, a maior diferença salarial está na área jurídica em que as mulheres recebem menos da metade da remuneração dos homens que corresponde a 52,7% a menos. Diante disso, é perceptível que quanto mais alto o cargo maior é a desigualdade, uma vez que o cargo de presidente de uma empresa é o que tem a menor proporção de mulheres, enquanto o de encarregado é o que possui a maior proporção de mulheres. Nesse sentido, a questão da maternidade é vista como um fator que pode desacelerar a carreira do sexo feminino, o que pode explicar tamanha desproporção e o fato de elas terem maior participação nos cargos mais baixos da hierarquia. Outro fator em questão é a posição machista e preconceituosa de inferioridade em que são colocadas as mulheres. Dessa forma, a sociedade baseada em uma cultura machista prática ações como discursos preconceituosos que inferiorizam a condição feminina e também reforçam a desigualdade existente entre os gêneros. Desse modo, as mulheres também são vítimas de assédio sexual por parte da população masculina que acredita ser superior as mulheres e, por isso, possui direito de tratá-las como objeto de atração sexual. Torna-se necessário, portanto, que medidas sejam tomadas para resolver esse impasse. Para isso, os donos de empresas devem tomar diversas atitudes como o incentivo a contratação de mulheres, abertura de um diálogo sobre o assunto e estabelecimento de um tratamento igualitário a fim de que o cenário de disparidade salarial entre homens e mulheres se torne algo menos frequente. Ademais, o Governo do Estado deve realizar políticas públicas que atinjam a esfera midiática, as redes sociais e as vias urbanas com o objetivo de conscientizar a população sobre a gravidade de práticas machistas como o assédio sexual e discursos que inferiorizam as mulheres para o convívio em uma sociedade mais igualitária e justa.