Título da redação:

Redação sem título.

Tema de redação: Os desafios da igualdade de gênero no Brasil

Redação enviada em 02/10/2018

Segundo Simone de Beauvoir, filósofa existencialista e precursora do movimento feminista, "não se nasce mulher, torna-se mulher", evidenciando que a identidade feminina e o seu papel no seio da sociedade não são preestabelecidos por concepções biológicas ou psicológicas . Nesse contexto, a representação da mulher no meio social e sua busca por igualdade devem ser constantemente redesenhadas, visto que o ideário machista e a cultura opressora contra a classe feminina resultam, hodiernamente, na negligência de seus direitos constitucionalmente instituídos, conduzindo-a à margem dos setores sociais. Dessa forma, a nação brasileira edifica uma sociedade pautada em ideais de desigualdade entre os gêneros, segregando a figura da mulher e colocando-a como ser inferior. O Brasil é um país fundado sobre bases patriarcalistas, nas quais, as mulheres são agrilhoadas por perspectivas machistas, estigmatizando-as como seres frágeis e inferiores, restringindo-as a funções domésticas e artesanais. Esse cenário é culturalmente aceito devido, segundo a expressão da teórica Hannah Arendt, uma "banalidade do mal", posto que ao longo da formação ideológica da sociedade brasileira a concepção errônea sobre a inferioridade feminina foi instaurada no psicológico social, banalizando o senso crítico comunitário e tornando a marginalização da mulher algo cotidiano. Desse modo, a libertação dessa atmosfera opressora é vinda por meio do livre arbítrio, quando a mulher, de fato, impõe-se sobre sua condição e passa a lutar pelos seus direitos democraticamente instituídos. Outrossim, os direitos adquiridos pela classe feminina ao longo da formação democrática do país ficam, regularmente, restritos ao papel, sendo poucos os aplicados à realidade social. Nesse contexto, a conquista tardia do voto feminino, a partir do governo provisório de Getúlio Vargas, mascarou as problemáticas da desigualdade entre os gêneros, visto que na prática essa vitória não igualou a posição da mulher em relação ao sexo oposto, demonstrando que as garantidas instituídas legalmente nem sempre abrangem a existência real. Assim, a submissão feminina é fortificada e as brasileiras imersas em condições desiguais, como o recebimento de menores salários, vêem-se sem saída, uma vez que necessitam do trabalho para sobreviver e alimentar seus filhos. Dessarte, indubitavelmente, medidas são necessárias para reverter esse cenário opressor e segregador dentro da estrutura social. O Estado deve investir parte das verbas destinadas a políticas públicas em campanhas que divulguem os direitos femininos e as consequências previstas na lei sobre o descumprimentos desses, fazendo com que as mulheres fiquem informadas sobre suas garantias e, por conseguinte, instigadas a lutar por elas dentro dos seus locais de trabalho e, também, dentro de seus lares, empoderando-se sobre o ideário machista. Logo, a sociedade abrirá espaço para o senso crítico, distanciando-se de ideologias que denigrem a figura feminina. Em vista disso, as mulheres poderão exercer seus direitos legais e, enfim, cravar o seu lugar na sociedade.