Título da redação:

Redação sem título.

Tema de redação: Os desafios da igualdade de gênero no Brasil

Redação enviada em 01/10/2018

A Carta Constitucional brasileira de 1988, que completa 30 anos no ano de 2018, assegura no artigo 5, de forma clara e objetiva, a relação jurídica de igualdade de gênero entre homens e mulheres com princípios de direitos e obrigações iguais perante a lei. Entretanto, pesquisas do Fórum Econômico Mundial, na qual mede a desigualdade pelos dados de acesso à saúde, à educação e à oportunidade econômica - além de outros fatores -, comprovam que em 2017 os índices de desigualdade saltaram e, por consequência, o Brasil ocupa a 90º posição no ranking mundial. De fato, a construção social, cultural e histórica do patriarcado fomenta essa discrepância entre os gêneros que, ao longo da história, houve a emancipação do ideário estigmatizador referente às mulheres, em que torna-se necessário, para o entendimento do problema, a análise dessa construção como base para os problemas do século XXI. Em primeira análise, é válido ressaltar que a definição de gênero ao longo da historiografia muito influencia na diferença supracitada. De acordo com Simone de Beauvoir, o homem, desde as civilizações antigas, é definido como ser humano e a mulher, principalmente no mundo hodierno, é definida como fêmea. A definição de fêmea consiste em inferioridade, ou seja, um ser de menor valor social comparado ao sexo oposto, o que explica o por que as mulheres são passíveis à violência, à intolerância e ao desrespeito. Assim, fica evidente que, como algo intrínseco mundialmente, os meios coletivos em geral vivem um "apartheid" entre homens e mulheres, em que não há espaço para o mesmo direito e obrigações a todos os cidadãos. Consoante Émile Durkheim, os fatos sociais são construções na sociedade adquiridas pelo indivíduo ao longo do processo de socialização, caracterizado, principalmente, pela exterioridade, que existe independente da vontade dos indivíduos. As crenças e os valores sociais - exemplos de exterioridade - consistem nas principais causas da desigualdade de gênero no século XXI. A dificuldade de mudanças parte do preceito de superioridade masculina em todos os âmbitos existentes - família, mercado de trabalho e até relacionamento amoroso -, distanciando a cada dia o princípio de isonomia, na qual tornou-se a luta feminina desde os séculos passados. Dessa forma, a desconstrução do papel da mulher na história é necessária, não só para a conquista da igualdade, mas também para mudar o ideário do costume conservador. Portanto, fica evidente que o tema supracitado ocupa, hoje, uma lacuna na esfera do país. É dever da Mídia Televisiva - em razão da sua maior credibilidade e, constantemente, capacidade de dispersão de informações - possibilitar o maior contato da sociedade com a educação, mediante a propagação de discursos jovens e adultos que mostre o quanto evoluíram a partir do contato com o saber e como desenvolveram a capacidade de questionamento da realidade, com intuito de construir uma civilização respaldada pela capacidade crítica e, consequentemente, indagação das medidas implantadas para a resolução dos impactos sociais, garantindo o princípio da isonomia presente na Constituição Federal de 1988.