A Constituição Federal de 1988 — norma de maior hierarquia no sistema judiciário brasileiro — assegura a isonomia entre todos os cidadãos. Entretanto, os frequentes episódios de desigualdade de gênero impossibilitam que todos os indivíduos sejam contemplados na prática por esse direito, tendo em vista que muitas vezes o homem é valorizado em detrimento da mulher. Nesse sentido, convém analisarmos o que impede a efetuação da igualdade de gênero. Em primeiro plano, cabe pontuar que uma sociedade amplamente patriarcal representa um dos grandes motivadores para a desigualdade. Segundo dados do IBGE, em termos quantitativos, a população feminina excede a masculina, no entanto, a mulher não possui a visibilidade adequada nos diversos setores da sociedade, sendo constantemente subjugada por pertencer ao sexo feminino. Com efeito, movimentos como o feminista tem ganhado força na busca pelos direitos das mulheres, as quais ainda são enquadradas como minoria. Vale ressaltar, também, que esse comportamento injusto que ainda permeia nossa sociedade possui raízes históricas. A esse respeito, o sociólogo francês Pierre Bourdieu, defende a tese de que os hábitos socioculturais são formados e repassados ao longo das gerações. Seguindo essa linha de raciocínio, é visível que essas atitudes são resultado de anos de inferiorização da figura feminina, que ao longo da história do país tem sido enxergada como o sexo frágil. Desse modo, é fundamental que esse cenário seja alterado. Urge, portanto, que todos os brasileiros sejam tratados igualitariamente, como prevê a constituição. Para isso, o Governo, em parceria com a mídia, deve promover campanhas que apresentem a mulher como um ser igualmente capaz de exercer as funções exercidas pelos homens. Essa iniciativa teria como finalidade a desconstrução da imagem da mulher frágil que a sociedade ainda mantém. Com essas medidas, espera-se a atenuação da negligência com as mulheres.