No estilo literário naturalismo, um dos principais autores Aluísio Azevedo, em “O cortiço”, relata que diante de um ambiente degradado, às vezes, os indivíduos se tornam irracionais. O reconhecimento dessa tendência como violação dos Direitos Humanos desde o século XX delineia a necessidade da igualdade de gênero no Brasil até os dias atuais. Ao analisar essa questão, tanto nota-se ideologias arcaicas, negligência governamental. Dados tais fatos, é evidente a necessidade de mudanças da realidade brasileira. É inquestionável que a sociedade brasileira foi construída baseada no preceito patriarcalista, visto que, antigamente, o gênero feminino era subjugado como inferior e frágil, de maneira que era necessário estar sob a tutela de um homem, seja ele o pai, posteriormente, o marido, o qual a sustentaria. Dessa forma, a mulher era ensinada desde cedo a cuidar da casa,do marido e dos filhos,assim era privada do acesso ao ensino ,política e trabalho fora de casa, por sua vez caracterizou-se a segregação de gênero, inclusive a imposição social arcaica faz as mulheres serem submissas aos homens.Por outro lado, no contexto atual, tal problemática se dá por intermédio da mídia,que criou um estereótipo feminino fundamentado nas preferências masculinas,praticamente,inalcançáveis,de modo que a mulher para agradar ao homem precisa seguir certos padrões de beleza,constantemente enaltecidos em filmes, novelas e até mesmo propagandas, como as de cerveja,em que mais uma vez a mulher é colocada para servir aos homens,além de ser admirada por eles como um objeto. Desse modo, o homem cria empecilhos a partir de ideologias do seu meio social,confirma, pois, a idéia de Arthur Schopenhauer,ao dizer que todo homem tomas os limites de seu próprio campo de visão como os limites do mundo. Sob esse viés, pode-se apontar como óbice a persistência da desigualdade trabalhista existente entre homens e mulheres. Uma vez que esse entrave é antigo, desde a revolução industrial mulheres lutam por seus direitos em prol, não só da equiparidade salarial, mas também pelo direito ao voto, tal movimento feminista ficou conhecido como as sufragistas, essas mulheres sofreram inúmeras opressões e agressões, embora conseguiram avanços significativos. Ainda, nos dias atuais, após muitas conquistas, como o direito ao voto feminino concedido por Getúlio Vargas no Brasil, as mulheres enfrentam problemas em suas carreiras ao receberem salários inferiores em relação aos homens por engravidarem, serem vítimas de assedio sexual, alem de não terem seu valor reconhecido. Por conseguinte os governos locais estão alheios a essas situações, reforça, assim, a idéia da escritora brasileira Carolina Maria de Jesus,quando diz que os políticos depois de eleitos,através de promessas, divorciam-se do povo. Olhando-os com os olhos semicerrados, que fere a sensibilidade da população. O Estado, portanto, com seu caráter socializante e abarcativo, deve promover políticas públicas sociais que visem a igualdade de gênero no país. Então, por meio dos três poderes: Legislativo, Judiciário e Executivo, principalmente, cabe ao Judiciário a fiscalização das Leis que afirmam que todos são iguais perante a lei, com intuito de promover a igualdade de gênero, inclusive o descumprimento dessas leis, devem ser penalizadas com multas e prisões. Além disso, concerne ao Executivo a liberação de verbas para as prefeituras e com apoio do Ministério da Educação (MEC) a instituição na grade curricular infantil, ensinamentos sobre o tema para a formação de uma sociedade melhor.A mídia( o quarto poder), deve mudar a imagem da mulher perante aos veículos de comunicação em massa, a fim de diminuir a propagação machista do estereotipo feminino. Dessa forma, construir-se-á um Brasil com quatro paredes sólidas.