Título da redação:

O machismo como causa da desigualdade de gênero

Tema de redação: Os desafios da igualdade de gênero no Brasil

Redação enviada em 02/10/2018

Um povo é formado por sua história e por suas tradições. Alguns aspectos culturais são importantes para entender problemas estruturais, a desigualdade de gênero é um exemplo disso. Tal problemática precisa ser analisada minuciosamente nos seus fatores que impulsionam a desigualdade de gênero no Brasil. O Brasil sofreu influência cultural de diversos povos. Mesmo cada povo apresentasse perspectivas distintas sobre o papel da mulher na sociedade, o que ocorreu foi a sobreposição de uma cultura machista na população brasileira. Seguindo essa lógica, entre o homem e a mulher, o sexo masculino seria superior ao feminino tanto fisicamente como intelectualmente. Consequentemente, a mulher era vista como ser submisso e incapaz. Por anos a capacidade intelectual da mulher foi questionada e, por muita das vezes, aquelas que demonstraram serem tão capazes quanto os homens, sofreram com o desprezo social e tiveram seus méritos usurpados. Caso que ocorreu com Rosalind Franklin que teve a sua descoberta na biologia molecular roubada por Francis Crick e James Watson, eles até chegaram a ganhar o prêmio Nobel em 1962, mas nunca deram o credito devido a ela. Na conjuntura nacional, a desigualdade de gênero é alarmante: Olhando sob a ótica política, cerca de 52% do eleitorado brasileiro é composto por mulheres, porém apenas 10% a 16% dos cargos na Câmara dos Deputados e do Senado são ocupados por elas. Mesmo com a Lei número 9.504/1997 que determina uma porcentagem de no mínimo de 30% para candidaturas de cada sexo, o que ocorre é que muitos partidos usam as mulheres como fachada para estarem dentro da lei, mas não fazem um real investimento nelas. Exemplo disso é que de 13 candidatos à presidência do Brasil em 2018, apenas 2 são mulheres. Já no mercado de trabalho, segundo o IBGE, no último semestre de 2017 os homens recebiam em média 24% a mais que as mulheres. Diante do exposto, para promover uma igualdade de gênero é necessária uma ação de diversos setores da sociedade. Assim, a justiça eleitoral ficaria responsável por fiscalizar e investigar se realmente as mulheres estão tendo oportunidades nos partidos e coalizões. Já o Poder Legislativo ficaria encarregado de criar um projeto de incentivo ao empoderamento feminino, que teria duas vertentes: uma educacional e uma a nível econômico. A vertente pedagógica seria conduzida por universitários que iriam oferecer oficinas e palestras sobre empoderamento e igualdade. Já a vertente econômica ocorreria com o incentivo financeiro a mulheres que quisessem montar o próprio negócio. As empresas privadas receberiam incentivo fiscal se fosse constatada uma quantidade considerável de mulheres em cargos de alto escalão dentro da empresa.