A Revolução Francesa do século XVIII configurou-se pelo fim do absolutismo e pela igualdade entre o povo. Entretanto, presentemente no Brasil a questão da equidade de gênero deturpa os ideais do levante francês, haja vista que muitas mulheres não possuem o mesmo direito dos homens. Baseado nisso, cabe avaliar as dificuldades que tangenciam esse triste cenário. Convém pontuar, de início, que os desafios sociais entre homens e mulheres é algo estrutural. Fomentado a isso, os moldes que a família impõe ao dar mais autonomia e independência para o menino, acaba cerceando os direitos das meninas, que por fim terminam segregadas e incumbidas das tarefas de casa. Logo, percebe-se que o modelo machista firmado por esses seios familiares contribui para que a diferença se perpetue até a fase adulta. Vale ressaltar, também, a grande discrepância que o grupo feminino encontra no ambiente laboral. Nesse contexto, conforme o filósofo alemão Hans Jonas, o sentido de preocupação com o próximo acaba perdido, já que o desprestígio poderia afetar as gerações futuras. Assim, fica evidente que o desserviço voltado ao arranjo feminil, principalmente no que permeia a remuneração, interfere no desenvolvimento atual e futuro da sociedade, que por fim acresce na legitimação da inferioridade desse grupo. Diante do percalço apontado, torna-se perceptível que a igualdade de gêneros encontra empecilhos no Brasil, por isso, medidas são necessárias. Portanto, cabe ao Estado criar leis que apoiem o trabalho das mulheres, ao tempo que, por meio de incentivo fiscal, proporcione a capacitação daquelas com maior grau de dificuldade em ingressar num emprego. Para que isso ocorra, também é fundamental que as escolas repassem campanhas engajadas na priorização da isonomia entre as categorias masculinas e femininas com o fito de diminuir os conceitos machistas inerentes à sociedade, e para que se cumpra a meta igualitária criada pela Agenda 2030. Através disso, espera-se construir um Brasil melhor.