Título da redação:

Direitos iguais

Tema de redação: Os desafios da igualdade de gênero no Brasil

Redação enviada em 04/10/2018

Segundo a Carta Magna de 1988, todas as pessoas possuem os mesmos direitos e são iguais perante a lei. Nesse âmbito, a concepção teórica de igualdade entre os gêneros torna-se recorrente. Entretanto, na prática, observam-se cenários opostos aos promulgados pela Constituição, tendo em vista que ainda existem muitos desafios a serem superados, para que haja, de fato, a equiparação entre homem e mulher. Primeiramente, vale ressaltar que as ideologias machistas enraizadas no corpo social contribuem para manutenção dessa desigualdade. Esse estilo de pensamento segregacionista tem como base a sobreposição de um gênero a outro, em muitos casos, sem uma motivação específica, mas baseado em aspectos culturais. Sob essa ótica, destaca-se que, nos tempos arcaicos, a figura feminina era associada a algo frágil e submisso, que por sua vez deveria seguir os padrões estabelecidos pelo homem. Atualmente, apesar das evoluções ideológicas e constitucionais, como o direito ao voto e a Lei Maria da Penha, a mulher ainda sofre com essa adversidade, visto que grande parte dessa forma equivocada de pensar foi transmitida de uma geração à outra. Além disso, a falta de incentivos governamentais à luta feminina também atua como impulsionador do problema. De acordo com uma pesquisa divulgada pelo portal “Tide Setubal”, embora as mulheres representem 51,48% da população brasileira, no contexto político elas não possuem tanta expressividade. Deve-se isso aos esquemas fraudulentos adotados por muitos partidos, que utilizam a candidatura feminina apenas como “fachada” para cumprirem a Lei das Eleições de 2009, sem que haja um investimento real na candidatura delas. Diante dessa conjuntura, também é importante salientar que quando vozes corajosas, como a de Marielle Franco, decidem enfrentar a estrutura de poder, correm o risco de serem silenciadas, seja por falta de apoio político, seja por meio de crimes. Portanto, almejando uma sociedade imparcial como previsto na Constituição de 1988, entende-se que mediações são necessárias. Dessa forma, a fim de alcançar esse objetivo, o Ministério da Educação, por intermédio de políticas educacionais deve promover alterações na base curricular do ensino fundamental e médio, e implementar conteúdos que fomentem a discussão sobre a valorização da mulher e a igualdade de gênero, principalmente nas disciplinas de História e Sociologia, com intuito de desconstruir conceitos culturais machistas. Ademais, cabe ao Estado encorajar à luta feminina por meio de investimentos orçamentários em movimentos sociais desse cunho, como o “Eles por Elas”, e do estímulo a uma política efetivamente democrática. Dessa forma, o corpo social será beneficiado, e os desafios, paulatinamente, ultrapassados.