Incluir é fundamental, afinal, toda criança tem suas especificidades e necessidades especiais. Hoje, as crianças com algum tipo de deficiência já encontram melhores condições na estrutura educacional das escolas regulares. Mas, apesar desses avanços, ainda é preciso lutar por uma educação de qualidade para todos. A educação inclusiva pressupõe uma estrutura que se ajuste a todas as crianças. Hoje, ocorre o contrário, a criança é obrigada a ajustar-se aos estabelecimentos de ensino regular. Garantir respeito e incorporar as identidades sociais vem de um processo de diálogo, aprendizagem e construção de novas formas de educar e de viver em sociedade. Para chegar-se a uma educação realmente inclusiva, a sociedade deve passar por uma transformação, uma reestruturação da cultura, auxiliando no desenvolvimento de cada indivíduo para culminar em práticas e ações cada vez mais inclusivas e sem preconceitos. Isto é direito incondicional do ser humano, independente de padrões estabelecidos pela sociedade ou pré-requisitos impostos por alguém. A escola é a peça fundamental desse processo que deve acontecer de forma colaborativa. É necessária uma abordagem humanística, percebendo as singularidades de cada individuo e objetivando crescimento e inserção social de todos. Para colocar isso em prática e garantir a aprendizagem de todos na escola regular é preciso criar e fortalecer uma rede de apoio, integrando docentes, gestores escolares, famílias e profissionais de saúde. Isso desencadeará em uma prática pedagógica multifacetada, dinâmica e principalmente flexível com uma formação humana. Portanto, educação inclusiva implica em qualidade social da educação. Apesar de todos os avanços dos últimos anos, ainda é preciso uma atualização da legislação exigindo dos diferentes agentes sociais um trabalho intensivo e de longo prazo para que seja garantido o acesso e a qualidade da educação, primando pela equiparação de oportunidades. É necessário que o Ministério de Educação destine verbas para qualificação da estrutura das escolas e formação continuada de professores. Ongs têm o importante papel de mobilização social em busca de maior conscientização sobre a importância das diferenças. Não existe um caminho único, mas é fundamental que se construam possibilidades e estratégias de articulação de questões pedagógicas, sociais e culturais, das diferentes instancias envolvidas nesse processo e, em especial, das unidades escolares.