De acordo com a Constituição Federal de 1988, o acesso à educação é um direito inalienável a qualquer cidadão brasileiro. Contudo, observa-se há várias décadas que tal direito vem sendo violado quando aplicado às pessoas portadoras de deficiência. Apesar de dados do Censo Escolar indicarem um crescimento no número de alunos deficientes matriculados na educação básica regular, a carência qualitativa desta, acaba por não solucionar tal problemática. Dentre os fatores que corroboram o contexto desafiador da educação inclusiva no Brasil, deve-se destacar o preconceito existente para com os portadores de deficiência e a modesta estrutura escolar do país. Como Pierre Bourdieu, sociólogo francês, evidenciou em seu pensamento sobre o Capital Cultural, certos preconceitos são repassados de pessoa a pessoa em ambientes como a escola e a família ou a própria sociedade. O preconceito contra portadores de deficiência no ambiente escolar, seja por professores ou colegas de classe, ilustra bem tal raciocínio e demonstra as dificuldades enfrentadas por tais deficientes, como o bullying e a desconfiança por parte dos educadores. A carente estrutura escolar brasileira não é um empecilho apenas do período hodierno, sendo observada desde os primórdios da formação do país. Tal situação também afeta expressivamente as condições educacionais dos deficientes, seja pela falta de professores qualificados, devido os baixos salários, ou pela péssima infraestrutura das escolas, promovendo assim, diversos prejuízos sociais na formação desses indivíduos, como a baixa qualificação profissional. Faz-se oportuno, portanto, que os veículos midiáticos, como a televisão e a internet, realizem campanhas e diálogos com seu público buscando eliminar gradativamente o preconceito da sociedade em relação aos portadores de deficiência. Também é necessário que o Ministério da Educação em conjunto ao governo federal, invista expressivamente na infraestrutura escolar do país, com a adoção de mais equipamentos tecnológicos que auxiliem o aprendizado dos deficientes e o aumento de salário dos professores da rede pública de ensino, visando incentivar o número de educadores qualificados nesta área.