Em uma democracia, a educação deve ser fornecida a todas as crianças em um mesmo contexto escolar, efetivando, dessa maneira, a igualdade de ensino e uma política de educação inclusiva. Entretanto, a formação dos professores sem preparação para a instrução de pessoas especiais e a falta de estrutura dos colégios impedem a concretização desse direito. Desse modo, comprova-se as barreiras existentes no sistema de ensino brasileiro para abarcar todos aqueles que buscam a educação, com ou sem necessidades especiais, em um mesmo sistema pedagógico. Na formação dos professores, atualmente, não existe uma matéria específica e valorada, no decorrer do curso, que os ensine a educar pessoas com necessidades especiais. Como consequência, forma-se profissionais despreparados para uma realidade cada vez mais comum em nosso país. Sem didáticas ou metodologias de ensino específicas, a educação não poderá ser concretizada em qualquer colégio, apenas naqueles que tenham mestres capacitados para ensiná-los, ou seja, que tenham realizados especializações ou cursos a parte dos oferecidos em seu currículo universitário normal, agravando assim a segregação do ensino no Brasil. Para dificultar a política da educação inclusiva, muitos colégios não conseguem oferecer uma infraestrutura adequada à todos os tipos de necessidades. Em muitos locais, hoje, não existem rampas de acesso àqueles que precisam de cadeiras de rodas ou livros em braile para quem possui deficiências visuais. Segundo dados do Censo Escolar 2014, 3 em cada 4 instituições de ensino não contam com itens básicos de acessibilidade. Logo, a segregação novamente ocorre, não atendendo às condições primordiais exigidas por esses alunos especiais e, consequentemente, impedindo a sua entrada em colégios comuns. Tendo em vista as barreiras expostas, a educação inclusiva ainda não é uma realidade nos colégios e escolas do país. Para o preparo adequado dos professores, deve ser adicionado, por parte das faculdades, nas grades curriculares acadêmicas, matérias que os forneça estratégias pedagógicas para o abarcamento de pessoas especiais. Nos colégios e escolas há a necessidade de adaptação física e investimento, por parte do governo, em políticas de inclusão, oferecendo livros e ajuda financeira para a concretização de locais adequados ao ensino geral.