O trânsito brasileiro é um dos mais perigoso do mundo, com centenas de milhares de mortes por acidentes anualmente, segundo dados da ONU. A estatística demonstra, num comparativo, que morrem mais pessoas no transito do país do que em guerras como a do Vietnã. Esta realidade não é por acaso, é plausível associá-la à má qualidade da infraestrutura da malha viária, e a ausência de políticas públicas como: mobilidade urbana, segurança e educação, fundamentais para a mudança desse cenário. A malha viária do Brasil é insuficiente para atender a demanda crescente dos veículos motorizados em circulação, congestionando principalmente as rodovias dos grandes centros. É importante considerar o excesso no transporte das produções agrícola, têxtil e industrial que compartilham com veículos de passeio as estradas, provocando além do desgaste das vias, acidentes de maior gravidade. Outro dado é o elevado custo das obras de pavimentação asfáltica, de manutenção ou expansão da malha viária, que contrasta com a utilização de matéria prima de baixa qualidade, sem resistência diante das intempéries previsíveis, como o tráfego intenso, desgaste do tempo e fenômenos climáticos, como as precipitações pluviais que ocasiona erosões nas encostas das elevações, das margens das rodovias, e consequentemente o surgimento de depressões no piso pavimentado. Tudo isso corroboram para a afirmativa sobre a periculosidade do trânsito brasileiro. Além disso, a ausência das políticas públicas é outro fator motivador para o número assustador de acidentes. Observando o crescimento descontrolado das cidades, em especial dos grandes centros urbanos, é perceptível a negligência dos gestores na elaboração e aplicação de leis que viabilizem uma expansão supervisionada, embasada por projetos urbanísticos que priorizam o fluxo dinâmico e seguro de pedestres e veículos de forma harmoniosa, utilizando instrumentos tecnológicos como semáforos e radares, e a convencional sinalização de trânsito como placas, faixas e até calçadas inteligentes, que comunica-se com os transeuntes portadores de deficiências visuais e locomotoras. Dessa forma, é notório que os acidentes de trânsitos no Brasil é resultante de fatores motivadores, que contribuem para o crescimento da barbárie nas estradas do país. Apesar da realidade desoladora que os dados da ONU apresenta, é possível o Estado reduzir este quadro com a realização de campanhas educativas direcionada aos condutores, e aos que pretendem conduzir um veículo motorizado. Porém não se pode esquecer dos transeuntes, pois são em grande maioria as vítimas das tragédias nos acidentes de trânsito; e leis efetivas, como a Lei Seca que comprovadamente reduziu o número de acidentes. RLO.