Título da redação:

Na direção das mudanças

Tema de redação: Os acidentes de trânsito no Brasil e os fatores motivadores

Redação enviada em 25/08/2017

As estatísticas de mortes no trânsito no Brasil aterrorizam a sociedade e preocupam as autoridades. Pela desatenção , excesso ou imprudência, milhares de vidas são esfaceladas todos anos, contribuindo para que o país ocupe uma invejável posição no ranking mundial de vítimas fatais. Diante desse lamentável cenário, urge empreender medidas para que esse problema seja superado. Antes de tudo, é preciso tomar como base a consciência coletiva e individual do brasileiro. A coletiva, porque uma vez inseridos num contexto de normas sociais, representadas pelas leis e costumes, os indivíduos aprendem a viver em sociedade. A individual, porque tomando por base os princípios morais, esses mesmos assimilam valores necessários ao respeito à vida de outrem. Tal explicação é importante, pois tais capacidades encontram-se fragmentadas na sociedade brasileira: a primeira pela inoperância executiva da fiscalização dos órgãos de trânsitos e adoção de recursos cada vez mais aprimorados em driblar os equipamentos de vigilância; a segunda pelo fato do povo brasileiro se identificar fortemente com as características de uma sociedade líquida, conceito proposto por Zygmunt Bauman, onde a individualidade prevalece devida à imprevisibilidade de fatos e coisas. Dessa maneira, constitui-se comportamentos notabilizados pelo consumo excessivo de álcool, direção irresponsável, avanços indevidos em faixas preferenciais e semáforos, e, por fim, ultrapassagem proibida. Os jovens brasileiros, que segundo o Observatório Nacional de Segurança Viária foram 28% das vítimas fatais em 2013, são, ao mesmo tempo, os maiores vilões e as maiores vítimas dessa realidade, pois sentem a necessidade de se autoafirmarem, o que os fazem passar dos limites, muitas vezes. Nesse contexto, suscita-se o papel das leis, à exemplo da Lei Seca, que mesmo comprovando uma certa eficácia não conseguiu conter o comportamento agressivo do condutor brasileiro. Outros mecanismos, como radares e blitzes, impõem medo e punição aos envolvidos, mas não atacam a raiz do problema, que deve ser vista aos olhos da educação e da família. Diante da crítica realidade, cabe ao Governo Federal empreender medidas que direcionem a resolução dessa questão. Deve o Poder Executivo, em parceria com o Ministério da Educação, implementar na estrutura curricular das escolas de trânsito noções de cidadania, direitos humanos e conduta moral a fim de que se perceba o valor da vida humana e a importância de se viver em sociedade. Por fim, o agente supracitado deve desenvolver um programa que permita substituir multas por medidas educativas, pois dessa maneira é possível fomentar os princípios morais, que consequentemente contribuirão para uma direção mais coesa e responsável.