A partir do surgimento do sistema produtivo fordista, no século XX, teve início a produção de automóveis em massa, especialmente em países desenvolvidos, o que contribuiu significativamente para a aceleração da globalização. Entretanto, no Brasil, o incentivo industrial só ocorreu com maior incidência no governo de Juscelino Kubitschek, ao final da década de cinquenta. Com um caráter político-econômico, o governo do ex-presidente acreditava que a ampliação da malha rodoviária poderia atrair empresas internacionais do ramo automobilístico. Contudo, em virtude da rápida urbanização brasileira, o planejamento para a elaboração de estradas não foi efetivado corretamente, resultando na maior ocorrência de acidentes nesses locais até os dias atuais. Em primeiro lugar, é indubitável reconhecer a imprudência dos motoristas como um dos principais fatores para a ocorrência dos acidentes de trânsito. Excesso de velocidade e ultrapassagem imprópria, são delitos comuns que podem aumentar o risco de acidentes em até sessenta por cento, de acordo com dados do Departamento Estadual de Trânsito (DETRAN). Além disso, o consumo excessivo de bebida alcoólica, juntamente com o uso de drogas afeta diretamente o sistema nervoso central, levando diversos adultos, e principalmente jovens, a não permanência em seu estado sóbrio, provocando um comportamento agressivo e descontrolado, capaz de prejudicar até mesmo as habilidades motoras desses condutores, favorecendo o aumento da probabilidade de colisões no tráfego e atropelamentos fatais. Embora, a criação da Lei Seca tenha servido de grande auxílio para o aumento da fiscalização do uso de álcool ao volante, ainda sim, o policiamento nas estradas é escasso, se comparado a demanda necessária para todo território brasileiro. Como resultado, a morosidade da Justiça Brasileira em relação a crimes de trânsito, gera a sensação de impunidade para atropeladores e famílias de vítimas destruídas. Ademais, outro fator preocupante são as condições críticas das estradas brasileiras, uma vez que podem colocar em risco a segurança de passageiros e motoristas, haja vista a atual precariedade na sinalização e iluminação das rodovias, além da presença de pavimentações desgastadas. Fica claro, portanto, que o descaso no trânsito não afeta somente o condutor, e sim cidadãos de todas as faixas etárias. Logo, é essencial que o governo federal, juntamente com os meios de comunicação invistam em campanhas de conscientização aos motoristas, assim como, é necessário que sejam realizadas parcerias entre o governo e o setor privado, para a melhoria nas rodovias brasileiras, com o intuito de reduzir o número de acidentes nesses locais. Outrossim, o Departamento Nacional de Trânsito (DENATRAN) deve ampliar a fiscalização e cumprimento da legislação do trânsito com o objetivo de evitar possíveis transgressões de infratores. Por fim, é necessário que a sociedade tenha plena consciência das consequências de suas atitudes no trânsito, como um fator decisivo para a vida coletiva na garantia de um ambiente seguro para todos.