Embora a taxa de acidentes de trânsito diminuiu no Brasil, o país ainda ocupa o 4º lugar do ranking de países com mais mortes ocasionadas por acidentes de trânsito, segundo pesquisa do Instituto Avante Brasil. Os fatores momentâneos, como estar embriagado ou mexendo no celular, são evidenciados quando um desastre ocorre e são os principais alvos de tentativas de erradicar esse problema. No entanto, hábitos presentes na base do brasileiro são esquecidos e, assim, a solução parece estar mais distante do que realmente está. É notório que, culturalmente, os brasileiros consomem uma alta quantidade de bebida alcoólica, especialmente quando jovens (18-25 anos), período em que iniciam a vida de motorista. Nesse ínterim, é possível prever que há uma grande probabilidade de muitos perderem o controle e acabarem misturando bebida com direção, gerando uma ascendência do índice de acidentes. Além disso, existem diversas maneiras de burlar a lei e adquirir a carta de motorista por outros meios (como compra-la, por exemplo). Esse fato tem como consequência um alto número de motoristas sem uma educação de trânsito de qualidade que garanta o entendimento do mesmo em relação a importância de dirigir com segurança, tanto para o outro, quanto para si. Isto é, não realizar ações que possam o distrair ou afetar seus reflexos, como justamente usar o celular enquanto dirige ou ter ingerido bebidas alcoólicas. Logo, análogo às ações de Paul O’Neill como secretário de governo nos Estados Unidos, o governo brasileiro deve se preocupar não só em aplicar penas mais severas, mas principalmente em diminuir o hábito de consumo de bebidas alcoólicas da população, fazendo o que fez com os cigarros: aumentar o imposto embutido no produto e proibir a exibição de propagandas do mesmo. Ademais, seria imprescindível que órgãos de segurança de trânsito aumentassem a fiscalização da “retirada” das cartas de motorista dos cidadãos.