Desde o fim do bipolarismo econômico e a consolidação do capitalismo como sistema político-econômico vivenciamos relações fluidas de cuidados com a saúde, ora já criticada por Zygmunt Bauman. De certo, a azáfama faz com que os cuidados pessoais fiquem em segundo plano. Por consequência, trata-se de um problema de saúde com âmbito social. Em primeira análise, vivenciamos o fenômeno de transição social em que a população adquire maior poder de compra. Outrossim, alimentos altamente industrializados tornam-se acessíveis e, apedar de saborosos, não são nutritivos e apresentam alta carga calórica. Inesperadamente, produtos orgânicos e alimentos que não são processados sofrem oneração, o que impossibilita seu consumo por muitos. Em segunda análise, a alta carga de trabalho advindo do capitalismo impossibilita cuidados com o corpo. Atividades físicas e visitas a profissionais da saúde não são recorrentes. Em outras palavras, a teoria de Karl Marx sobre a divisão do trabalho faz-se assertiva atualmente. Um dado preocupante mostra que 25% da população brasileira, segunda o Ministério da Saúde, apresenta doenças crônicas relacionadas à má alimentação e ao sedentarismo. Percebe-se urgência na adoção de medidas que trabalhem esses problemas e seus efeitos. Com a finalidade de promover o Estado de bem-estar social, cabe a reorganização dos impostos pagos para a promoção efetiva do mesmo. O Estado é o principal agente transformador e a administração pública baseada no interesse geral é necessário. Assim, ao longo prazo, as mazelas sociais serão amenizadas e problemas como o citado serão solucionados.