Ao longo da história, a postura da sociedade frente à obesidade foi modificando-se. Entre os séculos XVI e XVIII, havia uma valorização das mulheres acima do peso, sendo consideradas belas e distintas na sociedade. No entanto, essa atribuição foi transformando-se a partir do século XX, quando o excesso de peso começou a ser atribuído à causa de problemas de saúde. Assim, nos dias atuais, existe uma problematização associada à obesidade, já que existe uma estereotipização, e exclusão de pessoas obesas na sociedade brasileira e mundial. Indubitavelmente, existe uma estereotipização na sociedade proveniente da seguinte associação: “ser magro é sinônimo de saúde e felicidade”. Essa atribuição é generalista e equivocada, já que existem casos de pessoas com o peso adequado que possuem problemas de saúde associados a pessoas obesas. A referida criação de um estereótipo faz com que se outorgue um valor negativo ás pessoas que não se enquadram nele. Segundo o filosofo contemporâneo Noberto Bobbio, a atribuição de um valor negativo a um grupo social, resulta em um preconceito coletivo. Dessa forma, o preconceito existe, pelo fato de haver a ideia de um estereótipo superior e ideal. Ademais, segundo uma pesquisa recente realizada pelo Ministério da saúde, mais de 52% da população encontra-se acima do peso. Mesmo assim, existe uma exclusão dessa parcela da população, já que muitos locais e serviços ainda são inadequados para ela. Como é o caso do transporte público, que não possui catraca adequada para certos obesos. Além disso, muitas pessoas que se encontram acima do peso enfrentam dificuldades para inserirem-se no mercado de trabalho, muitas vezes por não possuir o padrão estético “adequado”. Desse modo, essa exclusão vai de encontro ao artigo 5° da constituição de 1988, que garante igualdade de direitos sem distinção de natureza alguma. Entende-se, por conseguinte, que a obesidade representa uma problemática social a qual pode ser atenuada, por meio do rompimento com a ideia de estereótipos, assim o preconceito e a exclusão que as pessoas obesas são acometidas, possivelmente, diminuirá. Logo, deve-se haver a execução, pelo Estado, junto às esferas estaduais e municipais, de medidas que visem adequação de transportes públicos para pessoas obesas e de ambientes com grande circulação de pessoas, como cinemas, restaurantes, teatros, entre outros. Além disso, deve ocorrer a criação de campanhas, com a utilização da mídia, com a finalidade de incluir socialmente pessoas obesas.