A lenda do nó górdio, da mitologia macedônica, conta a história de um laço muito rígido, de difícil solução, que fora desfeito apenas pela espada de Alexandre, o Grande. Devido aos seus efeitos maléficos à população e ao país, a obesidade torna-se um nó górdio no Brasil, atingindo boa parte da população e sendo responsável por mais de 5% dos gastos do Sistema Único de Saúde. Nesse viés, medidas devem ser tomadas por setores parlamentares, midiáticos e educacionais para que se combata esse problema, rompendo, quiçá um dia, esse laço em escala nacional. Émile Durkheim teoriza, em sua tese do corpo social, que a comunidade comporta-se como um organismo biológico. Partindo do pensamento do sociólogo, a obesidade age como um tumor maligno à contemporaneidade nacional, visto que, além de já afetar 40% dos brasileiros, sua abrangência cresce exponencialmente, em função das poucas ações feitas pelo governo e da falta de conscientização alimentar e física do povo, que se torna cada vez mais sedentário e mal-alimentado. As consequências dessa insustentabilidade atual - como a diabetes mellitus tipo dois, a hipertensão e a depressão - estão, portanto, cada vez mais presentes na realidade do país, afetando não só os brasileiros, mas também toda a estrutura nacional, o que faz as medidas conscientizantes tanto necessárias quanto urgentes. No início de 2017, o ministro da saúde apresentou compromissos, visando a diminuir os índices de obesidade no país, detendo o seu crescimento na população adulta em dois anos. Conquanto sejam boas as iniciativas do político, o país ainda carece de medidas para efetivá-las, pois, além de nenhuma proposta educacional ter sido concretamente apresentada, o consumo e a produção de alimentos saudáveis no Brasil estão cada vez mais caros, já que afasta o interesse das empresas alimentícias e impede a compra desses produtos benéficos pela grande maioria da população, que, pela praticidade financeira, escolhe os produtos mais nocivos das prateleiras. Nesse ínterim, providências legislativo-econômicas também são essenciais para que o país acabe com os efeitos da obesidade. Portanto , para que o Brasil desfaça o nó górdio da obesidade, o Estado deve dar apoio fiscal às empresas que produzirem alimentos saudáveis, reduzindo os impostos sobre esses produtos, possibilitando a compra desses por toda a população. Ademais, as matérias de biologia e educação física devem promover trabalhos informacionais sobre as causas e os efeitos da obesidade, tendo como objetivo acabar com a obesidade no futuro da nação. Outrossim, a mídia também pode agir, aconselhando os adultos a inserirem hábitos saudáveis no seu cotidiano. Assim, essas medidas far-se-āo como espadas alexandrinas ao Brasil, garantindo uma pátria livre da obesidade e de seus efeitos à toda nação.