Desde o século XX, a popularização dos alimentos industrializados afeta diretamente a saúde das pessoas que os consomem em excesso. Esses produtos ganharam notoriedade pois são mais práticos e baratos do que os tradicionais saudáveis, mas, em contrapartida, são mais calóricos. A partir disso, foi criado o estigma que associa pessoas com sobrepeso à falta de discernimento e preocupação com a questão sanitária. Contudo, hoje sabe-se que a esfera social e o poder de compra são decisivos para esse consumo. Assim, fica evidente que novas políticas públicas são necessárias para democratizar o acesso aos alimentos naturais e acabar com o preconceito. Outrossim, segundo Hegel, enquanto uma ideia não for incorporada à outra, não haverá avanço. Tal linha de pensamento deve ser levada em conta para acabar com o tabú concernente à problemática, enfatizando-se a questão financeira. Ademais, consoante a Pesquisa Nacional de Saúde, 60% dos alimentos mais prejudiciais ao organismo fazem parte da dieta da população. Nesse sentido, fica clara a urgência de projetos que barateiem os custos de uma alimentação saudável, tornando-a acessível a toda a população. Destarte, de acordo com a FAO, os gastos com doenças relacionadas a essa má escolha chegam a abranger 20% do orçamento dos países. Visto isso, pode-se perceber como a falta de conhecimento, aliada ao baixo poder aquisitivo de parcela da população, agravam o cenário. Dessa forma, novas abordagens sobre o assunto devem ser priorizadas - principalmente as que discorram sobre a relevância de uma alimentação saudável. Portanto, a fim de sanar o problema, o Ministério da Saúde deve desmistificar tais paradigmas. Para isso, deve disponibilizar maior número de nutricionistas nas redes públicas, visando ao aconselhamento da população. Essa medida deve ser divulgada a nível nacional, nas principais emissoras televisivas e no rádio, abrangendo toda a sociedade. Ao Ministério da Agricultura, cabe o papel de promover o acesso aos alimentos saudáveis. Para esse fim, deve criar um sistema de cestas básicas naturais, oferecendo redução de impostos aos agricultores que participem do projeto, otimizando o consumo consciente. Somente assim a teoria da tese e antítese de Hegel será posta em prática, acabando com o preconceito e promovendo uma melhor qualidade de vida.