O ritmo de vida acelerado unido a ascensão econômica trouxe um novo padrão de alimentos à mesa da população. Sem tempo para preparar a comida, restaurantes, lojas de conveniência, lanchonetes e churrascarias se tornaram as novas salas de jantar dos brasileiros. É mais prático comer um hambúrguer no carro a caminho do escritório, é mais rápido comprar bolachas e bolinhos recheados com sucos de caixinha saturados de açúcar para o lanche das crianças. O reflexo dessa falta de tempo pode ser observado nos números da balança que vem subindo, segundo a OMS, entre 1980 e 2013, a proporção de adultos obesos no mundo subiu de 28,8% para 36,9% entre os homens e de 29,8% para 38% entre as mulheres. Outro número alarmante é o de crianças com aumento de peso, a obesidade infantil traz consigo predisposição a doenças como pressão alta, diabetes, e pesquisas recentes associam ainda a obesidade como fator de risco para o desenvolvimento de diversos tipos de câncer. Outro grande aliado do aumento de peso é o consumismo desenfreado que também é um fenômeno que se percebe nos regimes capitalistas. Com propagadas atrativas, coloridas, que vendem “felicidade engarrafada”, as indústrias alimentícias lançam produtos atrás de produtos completamente vazios de nutrientes, movimentando bilhões em marketing e vendas. Em contraponto, outra indústria que movimenta altos valores com a obesidade é justamente a que promete combate-la, suplementos, shakes, comprimidos e cosméticos são vendidos sem restrições com a promessa de fazer os ponteiros da balança cair sem grande esforço. Na ânsia de obter um corpo perfeito segundo padrões estéticos vendidos pela mídia, a aquisição destes produtos é feita de maneira impensada sem nenhuma consulta a profissionais da nutrição e dietética, expondo a saúde dos consumidores a grandes riscos. Além de trazer riscos à saúde do corpo, a obesidade vem atada ao grande mal do século: a depressão. Visto que a obesidade é uma questão de saúde pública, que tira milhões dos cofres públicos para tratamentos decorrentes da doença, é de grande interesse que haja maior envolvimento do poder público no combate a obesidade, através de uma regulamentação mais imperativa as redes de lanchonete que oferecem comida de baixo valor nutricional á crianças, garantindo acesso da população à atividade física e disseminando informações a respeito de hábitos saudáveis através dos meios de comunicação. É preciso trazer saúde à mesa da população.