A escassez de tempo característica da sociedade urbana atual impulsiona a compra de produtos industrializados de fácil prepararo e pouco valor nutricional, provocando problemas de saúde como diabetes, hipertensão, obesidade, entre outros. As crianças que crescem nos grandes centros urbanos, além de não possuírem uma alimentação adequada ( com frutas, verduras e alimentos frescos) possuem poucas opções para a realização de atividade física, aumentando os casos de obesidade. Já entre os adultos, principalmente os de baixa renda, a obesidade pode surgir da falta de tempo para a prática de atividades físicas, aliada a necessidade de comprar produtos mais baratos e que normalmente possuem pouca qualidade, com muitos conservantes e sódio. Embora as alterações fisiológicas sejam mais discutidas quado se fala em obesidade, é importante frisar também os problemas psicológicos que a doença pode causar, trazendo baixa auto estima e isolamento social. Isso porque a sociedade contemporânea julga que magreza é sinal de saúde e bem estar, e que pessoas gordas são descontroladas, inferiores e não possuem auto controle. Prova disso é que o peso é considerado um critério de seleção em concursos públicos no Brasil. Uma grande responsável pela gordofobia dos tempos atuais é a mídia, que retrata pessoas magras sempre como bem sucedidas, centradas e felizes, e gordos descontrolados, caricatos e desastrados. Além do mais, a ditadura da beleza, com musas fitness e programas que incentivam a perda de peso a qualquer custo, distorcem a visão sobre qualidade de vida, provocando a sensação de apenas magros são saudáveis, e que se deve buscar esse padrão a qualquer custo, mesmo com grandes restrições alimentares. Torna-se necessário, portanto, uma maior discussão sobre o problema social da obesidade e a ditadura da saúde magra, trazendo questionamentos sobre alimentação adequada, dietas prejudiciais à saúde, prática de atividade física, através de programas de TV e debates em escolas. Além disso deve-se buscar a desconstrução da imagem do magro saudável e do gordo doente, uma vez que essa associação nem sempre é verdadeira. Isso deverá ocorrer primeiramente com a aceitação do próprio preconceito velado, presente na forma de hostilidades indiretas como piadas, comentários e discriminações, e após através da rejeição de publicidade, programas de TV e estereótipos que reforcem essa ideia.