Desde a entrada da humanidade na era moderna, tornam-se, cada vez mais comuns, ofícios que levam o cidadão a adotar um estilo de vida sedentário. Na medida em que o corpo humano e seu metabolismo são adaptados ao exercício contínuo e a comida escassa, é natural que surjam complicações como a obesidade. Há de se analisar, então, de que formas o modelo de vida atual implica em tais condições e quais são suas consequências, assim como, de que maneira a sociedade brasileira enxerga e lida com estes indivíduos fisicamente diferentes. Primeiramente, embora a obesidade esteja relacionada a problemas de saúde, parte dessas condições está associada a hábitos compartilhados não só por esse grupo. Com a industrialização atual, o cidadão tem acesso a uma quantidade de alimentos, normalmente pouco nutritivos, como nunca antes teve durante a história. O dia-a-dia de grande parte dos brasileiros consiste, ainda, em permanecer sentado em uma cadeira. Dessa forma, embora o índice de obesos possa servir como um parâmetro de saúde social, ele, por si, não demonstra a extensão do problema. De fato, patologias como diabetes, hipertensão e acidentes vasculares são também associadas a indivíduos com IMC normal, mas que vivem de maneira sedentária. Ainda, o maior dos problemas para os obesos é, muitas vezes, o preconceito encontrado na sociedade. É fato que o ser humano, em seu meio social, tende a categorizar e dividir indivíduos baseados em aspectos físicos e ideológicos. Logo, como esse grupo é fisicamente muito diferente dos demais, torna-se, então, foco de discriminação. Essa postura, ainda, encontra-se normalmente amparada pela noção de preocupação pela saúde, que como disse Schopenhauer, deve preceder a tudo. Entretanto, não só falaciosa, essa ideia é usada apenas para justificar o preconceito, afinal, essa preocupação não existe para com qualquer outra parcela da população. Infere-se, portanto, que a problemática da obesidade transpassa a esfera da saúde e explicita uma falha da própria sociedade ao lidar com a situação. Então, para que haja melhora quanto a saúde dos cidadãos, obesos ou não, são necessários novos hábitos de consumo e de exercícios físicos. O que pode ser alcançado por campanhas de informação de ambos o Poder Executivo e ONGs, a fim de orientar o que constitui uma alimentação saudável e as consequências da falta de atividades físicas. Quanto ao preconceito, ainda, pode-se ter como abordagem, um maior rigor do Poder Judiciário nesses casos, coibindo assim, a prática desse ato ilegal. Dessa forma, no Brasil e no mundo, a abordagem para com ambas as questões de saúde e de discriminação progredirá.