A relação entre a obesidade e a vulnerabilidade social apresenta uma faceta histórica ligada a ascensão do capitalismo. Com a premissa de que alimentos altamente calóricos proporcionam regozijo, difundiu-se na sociedade um comportamento obsoleto baseado na veneração às indústrias alimentícias e na oneração da população obesa, observados de forma incólume na sociedade atual. Desde o fim da Guerra Fria, no século XX, o regime capitalista prolifera-se alicerçado em angariar capital e visar o lucro incessante, causando um anseio alienante nas indústrias de ascender economicamente. Tal ideal é verificado através de transnacionais do ramo alimentício, que investem em propagandas com personagens e modelos famosos, incitando o consumidor a adquirir produtos implicitamente nocivos à saúde. A obesidade, por conseguinte, surge como uma mazela social, visto que a obtenção de alimentos calóricos é mais ágil e viciante do que legumes ou frutas. O documentário “Fed Up” explicita os alienantes algozes da obesidade: as corporações de junk food e o consumo demasiado de açúcar. Dessa forma, a sociedade é coagida a possuir um estilo de vida letal, assentado na ingestão de salgadinhos, biscoitos recheados, refrigerantes e chocolates. Ademais, é comprovado que o açúcar causa um vício oito vezes maior que a cocaína; explicita-se, pois, uma realidade danosa provocada por empresas que visam a dependência psicológica dos consumidores. A vulnerabilidade social manifesta-se quando a imagem do indivíduo obeso é descriminada por estereótipos de beleza fundamentados em um darwinismo social negligenciado, exemplificado por intermédio de uma visão preconceituosa de que a obesidade é sinônimo de inferioridade e humilhação. Necessita-se, portanto, fomentar uma conjuntura social com igualdade e parcimônia. Dessarte, é essencial que o poder Legislativo reformule leis e artigos arcaicos do CDC (Código de Defesa do Consumidor), conferindo maior confiabilidade aos produtos vendidos em território nacional. O Governo deve impor uma censura a comerciais considerados abusivos ou que demonstrem erroneamente o real teor calórico de seus produtos. Por fim, ONGs devem realizar campanhas institucionais que amparem pessoas obesas e alertem a sociedade sobre a incolumidade da alienação alimentícia do século XXI.