“Se continuarmos nesse rimo de crescimento de obesidade, seremos o país com mais obesos do mundo em 15 anos”. Essas são as palavras do endocrinologista Walmir Coutinho a respeito desse grave problema social no Brasil. Tal fato está atrelado ao desenvolvimento de doenças cardiovasculares e ainda persiste em decorrência do estilo de vida acelerado no contemporâneo. Ademais, a influência dos padrões sociais na definição do indivíduo contribui para a gordofobia, também crescente. Por isso, medidas devem ser tomadas para corrigir esses problemas e minimizar o preconceito contra o obeso. Imersos em uma sociedade consumista e fortemente influenciada pelo capitalismo americano, as pessoas privilegiam a graduação e o mercado de trabalho em detrimento das atividades mais saudáveis e do lazer. Neles, dispõem de um tempo considerável e, muitas vezes, ininterrupto. Além do estresse cotidiano, muitos optam por fast food e alimentos industrializados, os quais contém muito açúcar e conservantes. Dessa forma, esse estilo de vida tem contribuído para a crescente obesidade no Brasil e por isso pode ser considerado uma das causas desse problema, intimamente ligado ao comportamento social. Obesidade não é sinônimo de “doença” ou falta de autocontrole. Segundo Philipp E. Scherer, diretor do Centro de Diabetes Touchstone, cerca de 10 a 20% das pessoas obesas não desenvolvem problemas metabólicos. Ou seja, apesar de os gordos possuem maior risco de desenvolverem certas doenças, elas não são exclusivas de pessoas com esse perfil. Isso desconstrói o senso comum existente, muito relacionado ao padrão que a sociedade reforça, descrito fielmente no livro “Gordo” da socióloga Deborah Lupton. Em razão disso, a obesidade é um problema social e não necessariamente de saúde. Portanto, são necessárias medidas tanto para reduzir o índice de obesidade, quanto para melhor aceitação social dos indivíduos obesos. Para isso, o ideal para a população é manter uma rotina mais saudável e prazerosa, aliando o trabalho com exercícios frequentes e alimentos mais naturais, como frutas, verduras e alimentos integrais. Além disso, cabe à mídia, a longo prazo, desconstruir o padrão social importo, estimulando a maior aceitação social dos obesos e a denúncia ao preconceito. O Estado também deve criar políticas públicas para a inclusão social desses indivíduos. Assim, o risco de obesidade e de doenças decrescerão, a sociedade será mais receptiva com os obesos e esse mais incluso nela.