O vício em jogos de videogame, neste ano de 2018, foi considerado distúrbio mental pela Organização Mundial da Saúde, sendo incluído pela Organização das Nações Unidas na 11ª edição da Classificação Internacional de Doenças-CID11-. Dessa forma, cabe a análise das principais causas que geram tal mal. De início, observa-se que as relações abusivas nas escolas ou em qualquer outro ambiente, que levam ao bullying ou a discriminação, geram nas vítimas, muitas vezes crianças e adolescentes, um sentimento de opressão, fazendo-as se tornarem mais retraídas e antissociais buscando nos jogos e na tecnologia um meio de escapar. Sobre essa óptica, a vulnerabilidade de desenvolver tal distúrbio se torna maior, o que implica em alterações cerebrais, e ao longo prazo, em problemas como pânico e a depressão. Ademais, o filósofo Zygmunt Bauman ao definir a modernidade líquida, mostrou a liquidez em todas as relações, inclusive entre pais e filhos. Intrinsecamente relacionado a isso, está a falta de diálogo entre os jovens e seus responsáveis, o que propicia em um excesso de liberdade que permite uso sem controle e moderação dos aparatos pela prole, favorecendo a ocorrência do vício em games. Desse modo, quando seus pais percebem alterações comportamentais, é possível que o transtorno já tenha se estabelecido, e a autoridade parental torna-se insuficiente para amenizar as consequências do uso abusivo da tecnologia. Destarte, para contornar tal conjuntura é preciso que as escolas, em parceria com os familiares, estejam atentos ao comportamento das crianças e adolescentes para observar qualquer alteração, intervindo quando detectado casos de bullying ou preconceito, com a promoção de reuniões, de modo a promover a união e empatia dos alunos. Ademais, as famílias devem limitar o uso dos aparatos tecnológicos, com o intuito de não ocorrer excessos. Além de propor atividades de lazer gerando mais aproximação entre pais e filhos. Desse modo, o vício de jogos será prevenido e as relações se tornaram mais sólidas.