O sociólogo Émile Durkheim acreditava que “o indivíduo só poderá agir, na medida em que conhecer o meio no qual está inserido”. Desse modo, ao analisar a tese de Durkheim em um cenário relacionado ao vício em vídeo games no Brasil, percebe-se a necessidade de conhecer a fundo a problemática para obtenção de um combate efetivo. Visto isso, torna-lo um distúrbio pode apresentar-se como uma maneira de informar melhor a população acerca do problema. No entanto, por se tratar de uma conceituação recente, cabe discussão acerca das implicações dessa na sociedade brasileira. A constituição federativa brasileira, outorgada em 1988, prevê o direito à habitação, segurança, informação e saúde. Entretanto, visto os 15% da população, segundo a OMS, possuidora de algum transtorno mental, percebe-se a falha do país em cumprir a totalidade de sua constituição. Tal fator, justifica a necessidade de elevar o vício em jogos a uma categoria própria de distúrbio mental, pois permite análise e tratamentos específicos para a problemática. Dessa forma, cabe ao governo oferecer recursos financeiros e estruturais, na tentativa de diminuir a incidência desses transtornos. Em contrapartida, analisa-se a classificação do vício em vídeo games em distúrbio mental como abertura para possíveis diagnósticos precoces, gerando uma falsa epidemia e consequentemente, pânico generalizado. Afinal, sabendo que, ainda segundo a OMS, 11% dos jovens possui algum transtorno mental antes dos 18 anos, observa-se a possibilidade de confusão nos diagnósticos. Assim, é imprescindível que a Organização Mundial de Saúde haja de forma a prevenir esses acontecimentos. Retomando o pensamento de Durkheim, entende-se que para haver uma diminuição efetiva no vício em jogos e evitar que a conceituação desse como distúrbio mental se torne um problema, a sociedade deve estar informada sobre o assunto. Para tanto, o governo federal deve, por meio de propagandas televisivas, palestras e debates nas escolas, promover informações aos jovens a respeito do vício em games, com uma classificação clara de como identificar o distúrbio, para dessa forma facilitar o tratamento da doença e originar uma geração mais saudável.