Título da redação:

Redação sem título.

Tema de redação: O vício em games como distúrbio mental e suas implicações

Redação enviada em 27/10/2018

Na Grécia Antiga, Aristóteles defendia que a virtude consistiria no meio-termo, refutando a existência de benesse no excesso e na falta. Contrariando essa ideia, na atualidade, muitos jovens brasileiros sucumbem ao vício em jogos eletrônicos, o que transformou o hábito em uma doença catalogada pela Organização Mundial de Saúde. Nesse sentido, os impactos negativos precisam ser amenizados por medidas de combate e elucidação, antes que se tenha uma questão de saúde pública no país. Com o fim das Guerras Mundiais, surgiu a pós-modernidade. Nela, consoante o filósofo polonês Zygmunt Bauman, laços superficiais e frágeis são estabelecidos, minando a possibilidade de relações sólidas. Nesse contexto, o isolamento torna-se inevitável, e o videogame, uma válvula de escape para quem sofre com a solidão. Logo, como uma alternativa viável e prazerosa, o jogo passa a consumir muito tempo da vida do indivíduo. Entretanto, a carência gerada em outras áreas da vida, como amizades, relacionamentos afetivos e religião, provocam um adoecimento mental pelo vício, abrindo portas ao surgimento de comorbidades, como depressão e ansiedade. Dessa maneira, a tecnologia, antes vista apenas como aliada, torna-se um propulsor de problemas. Ademais, destaca-se os desfechos críticos proporcionados pelo passatempo quando presente em quase todo o dia de uma pessoa. Segundo o psicólogo americano George Herbert Mead, o ser humano tende a incorporar comportamentos daqueles com quem interagem. Nessa linha, é possível que um “game” influencie alguém a ponto de levá-lo a trazer para a realidade o cenário fictício de sua diversão. Prova cabal disso é o Massacre de Columbine, no qual dois jovens que se dedicavam muito a jogos violentos, assassinaram treze pessoas nos Estados Unidos, em 1999. Destarte, percebe-se que a influência de ações e comportamentos transcende a tela, podendo chegar à realidade. Em suma, o distúrbio de games é muito sério e pode ter graves consequências sociais. Dessa forma, é vital que os Ministérios da Saúde e da Educação produzam palestras conduzidas por psicólogos de universidades públicas, a fim de conscientizar pais e professores. Elas devem ser transmitidas pela internet para otimizar gastos e alcançar um público maior. Ademais, precisam orientar os ouvintes sobre como identificar o vício, onde buscar tratamento e como estabelecer laços sólidos para um convívio social saudável. É imperativo, também, alertar sobre a importância da moderação no tempo gasto com a distração eletrônica. Dessa forma, pela conscientização e tratamento, o justo-meio aristotélico será preservado.