É inegável que os jogos eletrônicos trazem benefícios para a sociedade contemporânea. No entanto, a frequência do uso dos mesmos se mostrou tão alta, a ponto de ser considerada um caso de saúde pública. Nesse contexto, é de suma importância analisar suas causas e consequências. Segundo Aristóteles - filósofo grego - a felicidade é alcançada com a união equilibrada entre razão e prazer. Contudo, indo de encontro a esse pensamento, o vício em games caracteriza-se pelo uso exacerbado, sem noção do tempo gasto, e, consequentemente, por prejuízos em outras tarefas como trabalhar, socializar ou ir à escola. Além disso, conforme estudos, durante os jogos há grande produção de dopamina, um neurotransmissor responsável pela sensação de prazer, o suficiente para praticamente desativar o córtex pré-frontal, justamente a região do cérebro ligada ao autocontrole e ao julgamento. Desse modo, nesses casos, o indivíduo não consegue controlar a compulsão, nem perceber a gravidade do problema. Ademais, tal transtorno está cada vez mais frequente. Isso porque países como China, Reino Unido e Coreia do Sul têm clínicas autorizadas para tratar desse impasse. Ainda é possível citar, os casos de mortes associados a longos períodos de jogos, como por exemplo, na China, um homem de trinta e cinco anos, faleceu após passar dois dias jogando, sem praticamente comer, nem dormir. Dessa maneira, percebe-se a necessidade de medidas a fim de combater o distúrbio. Posto isso, a base educacional, proporcionada por famílias e escolas, é fundamental. Para tanto, os pais devem vigiar seus filhos, desde cedo, estabelecendo limites de tempo e incentivando a prática de outras atividades como: esportes, leitura e brincadeiras de rua. Já os colégios podem realizar palestras, auxiliadas por psicólogos, mostrando os sinais do vício em games, e estimulando os familiares a procurarem um profissional para diagnosticar o problema.