Na conjuntura social vigente, o progresso da tecnologia, após a 3ª Revolução Industrial, trouxe, paralelamente à evolução da sociedade, distúrbios que caracterizam a liquidez das relações hodiernas. Entre esses distúrbios está o vício em vídeo games, considerado atualmente como patologia mental segundo a Organização Mundial da Saúde e afetam principalmente crianças e jovens em processo de formação. Neste contexto, cabe analisar como os problemas psicológicos e a omissão familiar provocam tal problemática. O vício, sobretudo em jogos, é um reflexo das disfunções psicológicas as quais a sociedade enfrenta atualmente. Segundo uma pesquisa da Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos, os casos de depressão aumentaram em 37% nos últimos anos, sendo essa a principal doença dos tempos modernos. Neste ínterim, os jogos são usados por crianças e jovens - sendo estes os maiores consumidores- como válvula de escape e fuga da realidade, recorrendo à tecnologia de modo compulsivo. Tal problemática além de levar ao isolamento social do jogador, pode acarretar maiores problemas psíquicos. Outrossim, nota-se ainda que a ausência familiar também é grande fator responsável por esse distúrbio. A teoria marxiana cabe à engrenagem vigente, visto que, majoritariamente, pais e responsáveis, em busca de melhores condições de vida no mundo capitalista, não estão diariamente inseridos no que seus filhos estão praticando, não podendo, destarte, limitar o tempo que deve-se dedicar aos jogos e fiscalizá-los. Além disso, mesmo que haja fiscalização, os jogos possuem cada vez mais mecanismos de atração - gráficos mais reais e interações de fácil manuseio (não é necessário "pensar" muito para ser um bom jogador)- e meios de usá-los - como nos celulares, por exemplo -, sendo, estes fatores, empecilhos contra os limites impostos pelos responsáveis. Torna-se evidente portanto, que o vício aos jogos, como um distúrbio mental, pode ser solucionado com medidas simples. Cabe aos órgãos educacionais federais inserir profissionais da área psicológica para consultas periódicas aos alunos de todas escolas, públicas e privadas, para o amparo emocional destes e outros problemas psíquicos. Além disso, as escolas, devem promover palestras e debates aos alunos e familiares acerca do assunto, a fim de que possam levar a eles conhecimento sobre esse vício e suas consequências. Estas medidas, no entanto, só serão eficazes quando houver conscientização da família e estes buscarem limitar esta atividade de forma que a torne um lazer não danoso a nova geração.