Em 20000 léguas submarinas, Júlio Verne vislumbrou, mais de 100 anos antes, uma sociedade moderna, tecnológica, mergulhada na evolução e no otimismo. A pós-modernidade, em parte, consubstanciou a imaterialidade das projeções do escritor francês, mas afastou-se indubitavelmente da concepção humana de progresso, ao torná-la escrava de sua própria liberdade. Dessa forma, a utilização constante do celular em sala de aula, torna-se somente um exemplo lamentável presente nas salas de aula das escolas brasileiras. Em uma primeira análise, o uso intensificado do celular em ambientes escolares ocorre devido à ineficácia de fiscalização pelos diretores da escola. Essa correlação encontra fundamento no desinteresse por parte tanto dos diretores como dos alunos em respeitar as leis propostas pelo sistema judiciário brasileiro, no qual diz que não se deve utilizar nenhum tipo de aparelho eletrônico em sala de aula, pois com a sua utilização o rendimento das aulas caem drasticamente. Nesse sentido, em um estudo publicado pela revista Le Monde Diplomatique, a pedagoga Laura Maciel- coordenadora do departamento de educação da PUC/MG- aponta que 75% dos professores entrevistados, sentem-se desmotivados com a intensa utilização do celular em sala de aula. Dessa forma, o produto dessa problemática, materializa-se no aumento do número de reprovações e no baixo rendimento das aulas. Ademais, em uma segunda análise, a utilização do celular encontra fundamento na educação permissiva utilizada pelos pais para educarem seus filhos. A raiz dessa problemática alicerça-se na percepção de que, com a falta de uma boa educação, gera-se uma acentuada liberdade de seus filhos, aumentando a falta de atenção, com isso diminuindo intensamente a produtividade e o rendimento do aluno. Nessa perspectiva, a pedagoga ainda, afirma que, 74% dos erros cometidos pelos alunos em provas, ocorre devido a falta de atenção na explicação das matérias em sala de aula, já que a maioria das perguntas elaboradas nos testes são baseadas nos conteúdos ensinados pelos professores. Desse modo, a imprescindibilidade de superação desse panorama surge como um desafio da pós-modernidade. Dessa forma, o poder legislativo federal deve aprovar repasses ás secretarias e ministérios de educação, a fim de que se implementem mecanismos de controle e incentivo, por meio de palestras educacionais a respeito da utilização indevida de aparelhos eletrônicos em salas de aula. Internamente, esses órgãos devem buscar, ainda, a modernização tecnológica e a capacitação de quadros técnicos para que as aulas passem a ser mais atrativas. Ações publicitárias- em mídias como televisão, rádios e internet-, em paralelo, devem buscar a conscientização e informatividade sobre os problemas causados devido a utilização constante dos celulares em salas de aula, como o baixo rendimento e produtividade dos alunos. Assim, o alcance e a eficiência dessas ações serão relevantes conquistas sociopolíticas, de modo que se redesenhe um futuro de ética e respeito.