No conceito de aldeia global, desenvolvido pelo filósofo e educador canadense Marshall McLuhan, o progresso tecnológico estaria reduzindo todo o planeta à mesma situação que ocorre em uma aldeia, ou seja, seria possível se comunicar diretamente com qualquer pessoa que nela vive. Nesse sentido, além de alterar as relações sociais, as tecnologias digitais tem transformado também a maneira de aprender e ensinar. Portanto, o uso adequado e moderado de celulares em sala de aula é uma ferramenta que contribui ao aprendizado dos estudantes. Notoriamente, a utilização de tecnologias móveis favorece a aprendizagem contínua, visto que aproxima a escola ao universo do aluno, propondo uma aula mais atraente. Em seu livro "A origem das espécies", Charles Darwin afirma que os organismos mais bem adaptados ao meio têm maiores chances de sobrevivência do que os menos adaptados. Fazendo paralelo à modernidade, as escolas que negam a existência desses recursos didáticos desconhecem suas potencialidades e sua utilização na ampliação de conhecimento. Nesse caso não se adaptar aos novos métodos digitais é nocivo não só às instituições educacionais, mas também aos alunos. Deve-se ressaltar ainda que as ferramentas tecnológicas têm potencial para promover a equidade e melhorar a qualidade na educação. Pensando nisso, durante o evento Mobile Learning Week, em 2013, a Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura – UNESCO – publicou um guia com recomendações para incentivar os governos nacionais a implantar políticas públicas educacionais que valorizem a utilização de celulares como recurso nas salas de aula. Com essas orientações, a organização internacional acredita que os governos estarão mais próximos de usufruir dos benefícios do aprendizado móvel. Diante disso, fica evidente que o uso de celular em sala de aula pode ser um aliado da educação e da construção do conhecimento. Para tanto, torna-se imprescindível que o Ministério da Educação promova palestras instrucionais para pais e alunos a fim de fomentar o uso moderado e consciente das novas tecnologias na sala de aula. Ademais, cabe aos professores e à coordenação pedagógica das escolas, elaborar propostas educacionais mais dinâmicas, interativas e eficazes que empreguem ferramentas tecnológicas, como a criação de equipes de estudo digital e espaços para pesquisas escolares que incluam imagens, áudios e vídeos. Somente assim, os celulares poderão passar de vilões a protagonistas dos processos de aprendizagem, uma vez que McLuhan já apregoava “os homens criam as ferramentas, as ferramentas recriam os homens”.